11.13.2007

JOSÉ GOUVEIA, MEU IRMÃO (3ª e última parte)



Em 1948, o prestigiado General Norton de Matos acede a apresentar-se como candidato da oposição à Presidência da República nas primeiras eleições que o regime se viu forçado a permitir (a fingir que permitia) e que teriam lugar no ano seguinte. O Zé mergulha de corpo e alma na preparação da campanha que se aproxima e no movimento de massas que a sustenta. Baldado esforço.

Sem um mínimo de garantias por parte do governo, e face a toda série de obstáculos formais e persecutórios, o general desiste de se candidatar.

Seguem-se vagas de prisões.


Entretanto o Zé conhece a Ascensão, moça bonita - feições, curiosamente muito a lembrar as da princesa Soraya, mulher do Xá da persia - com quem vem a casar em 19 de Setembro de 1948, e que viria a ser a sua dedicada companheira até ao fim dos seus dias, revelando-se uma extraordinária força de carácter, capaz de, com ele, enfrentar todas as vicissitudes que a vida haveria de lhes acarretar, sem uma recriminação, sem nunca o desviar da luta pelos seus ideais.

Em 1949, calha-lhe a vez de ser preso, mas a sua militância não abranda, antes se fortalece.

Em 1951, após a morte de Carmona, novo simulacro de eleições Presidenciais, nas quais participa activamente em apoio da candidatura do Professor Ruy Luís Gomes, ao qual depois de o agredirem e de lhe racharem a cabeça, acabam por considerar “candidato inelegível”, consumando assim uma das habituais trapaças do regime.


Depois destas, não houve eleições, presidenciais ou legislativas, a que não emprestasse a sua militância activa. A sua profissão de motorista distribuidor de petróleo, em todo o concelho de Loures, facilita-lhe a actividade política e o estabelecimento de contactos, proporcionando-lhe um conhecimento profundo de todos os lugarejos do concelho, onde se torna conhecido e estimado.


Em 29 de Julho de 1954, dia dos seus anos ( a PIDE tinha lá a sua ficha e a escolha da data não foi, de todo, inocente), estava a família toda reunida à mesa, preparando-se para começar o jantar de aniversário, quando apareceram para o prender. Eram dois os pides. Meu irmão recusa-se a acompanhá-los sem que se tenha consumado o jantar familiar. Contrariados e com receio do escândalo os agentes acabam por ceder e preparam-se para se sentarem junto à mesa, mas o Zé impede-os de o fazerem, dizendo-lhes que em sua casa e junto de sua família só os amigos se sentam.


É de pé que, hirtos como sentinelas e de rosto fechado, os Pides assistem ao tenso, enervante e infindável jantar, que não deixou, mesmo assim, de culminar com os tradicionais “parabéns a você “, entoados com a raiva que se imagina. Terminado o repasto e depois de virarem a casa do avesso e de “apreender” o que lhes apeteceu, lá o levaram, por fim, indiferentes às súplicas da nossa mãe, ao choro do filho, de cinco anos, e aos veementes protestos de toda a família.


Na sequência desta prisão, que durou 10 meses e apesar de absolvido em Tribunal, perdeu o emprego, de acordo com ordens expressas da PIDE. Durante meses andou sem trabalho e sem saber que rumo dar à sua vida, até que resolveu tomar de trespasse uma drogaria, pertença do filho de um seu antigo patrão e que, embora simpatizante do regime então vigente, atendendo à consideração pessoal que por ele tinha, lhe facilitou o pagamento de uma forma bastante dilatada no tempo. Aqui presto homenagem ao Sr. Virgílio Leitão.


Mais tarde, e por minha influência, abriu uma livraria/discoteca, onde a malta de esquerda sabia que podia sempre encontrar um ou outro livro ou disco dos que a PIDE não gostava e aonde, movida por tal consabido desamor, fazia volta não volta, uma das suas selváticas incursões predatórias.


Participou de forma interveniente nos três Congressos Republicanos de Aveiro (1957, 1969 e 1973) e viveu toda a agitação que os mesmos suscitaram, por vezes, como é sabido, com a intervenção brutal da polícia de choque.


Em 1958, militou intensamente na campanha eleitoral para a Presidência da República. Primeiro em apoio de Arlindo Vicente (sendo mesmo em Moscavide que este candidato fez a sua primeira sessão da campanha, organizada, já se vê, por uma comissão à frente da qual estava o José Gouveia); depois, após a desistência de Arlindo Vicente, e com o mesmo entusiasmo, em apoio de Humberto Delgado, que galvanizou o país, obrigando o “Manholas” a recorrer à fraude generalizada para evitar a sua vitória nas urnas.


Não resisto a registar aqui o facto de a secção de voto, onde eu permaneci até ao fim e tinha como presidente da mesa o dito Virgílio Leitão, ser das raríssimas onde não houve fraude, porque o presidente ameaçou os pides presentes de abandonar a Mesa, caso estes insistissem em interferir na contagem dos boletins de voto. Nessa secção, não só a vitória coube ao General Delgado – como o resultado posteriormente afixado à porta – reproduzia preto no branco, a verdade da contagem lá dentro obtida.


Em 1969, surge a CDE (Comissão Democrática Eleitoral), em cuja criação o Zé colaborou activamente, fazendo parte da sua Comissão Nacional. Novas eleições, sendo Zé candidato à Assembleia Nacional pelo distrito de Lisboa, numa lista de que fazia também parte o então jovem advogado, Dr.Jorge Sampaio. E pela terceira vez, no rescaldo dessas eleições, no dia 1.º de Maio de 1970, voltou a conhecer as masmorras da polícia política.


Em 21 de Julho de 1973, aproximando-se novo período eleitoral, foi preso pela quarta vez, quando com um grupo de amigos (crime tenebroso!) recolhia assinaturas protestando contra o aumento das rendas de casa.


Desta vez a coisa foi mais grave. O “tratamento” foi tal, que dele resultaram gravíssimas perturbações do foro psíquico. Fugindo às suas responsabilidades, a PIDEà sorrelfa e pela calada da noite, abandonou o doente no hospital psiquiátrico Miguel Bombarda. Médica amiga, que trabalhava no hospital, deu-se conta, de que alguém, em estado gravíssimo, ali tinha sido deixado pela polícia, sem quaisquer formalidades. Averiguou de quem se tratava e fez-nos chegar a notícia alguns dias depois. Tão incorrecta e ilegal era a actuação da PIDE, que apesar de o doente se encontrar debaixo de prisão, veio para casa, meses depois, sem qualquer formalidade. Ele tinha pura e simplesmente sido abandonado, sem cavaco à família, depois de inutilizado, para a luta e para a vida pensavam eles.


E de facto o Zé vinha gravemente perturbado. Só um grande choque o poderia trazer à normalidade. Esse choque aconteceu: foi o 25 de Abril - uma alegria para o país e a ressurreição para o José Gouveia.


Parecia milagre! Aí estava ele, lúcido, activo, pronto para continuar a luta, uma vez alcançado um dos maiores objectivos da sua vida - o derrube do iníquo regime que tanto mal causara ao país.


Poucos dias depois, era eleito, em assembleia popular do Concelho de Loures, para presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal, onde teve de se bater contra aqueles que não se conformavam em perder privilégios e vantagens conseguidas no regime deposto, e galvanizar a admirável iniciativa popular, naqueles dias estimulantes e inesquecíveis que se seguiram à revolução dos cravos.


Mas a actividade do Zé Gouveia não se limitou apenas à militância política. Ele esteve sempre na primeira linha de iniciativas sócio-culturais em Moscavide. Muito jovem ainda, colaborou na criação do Atlético Clube de Moscavide, a cuja direcção pertenceu várias vezes e de que viria a ser Presidente nos anos 60; criou e dirigiu várias vezes a biblioteca daquele clube; foi presidente da direcção do Ginásio dos Olivais em meados da década de 50; foi o grande impulsionador, com outros amigos, da criação, no fim dos anos 40, de um núcleo campista - movimento que se iniciava em Portugal e tinha características e cultura nitidamente de esquerda. Em todas estas actividades se empenhou sempre com o maior entusiasmo, e dedicação e mesmo, frequentes vezes, dinheiro do seu bolso.


Era outra das suas formas de luta. Contra o obscurantismo e em prol de uma consciência social e solidária...


Depois... depois é a história actual: vereador em sucessivas eleições autárquicas, membro da Assembleia Municipal, por último. Mil lutas, mil obstáculos, mil fadigas, o desgosto pela morte trágica do filho... e quando, tendo completado 70 anos se preparava para abrandar um pouco...zás: duas intervenções cirúrgicas no espaço de três meses, e por fim a fatalidade maior - um acidente vascular cerebral que o impossibilitou de voltar a andar, falar ou escrever, durante oito longos meses e até ao fim dos seus dias, em 26 de Agosto de 1993, pouco depois de completar 71 anos.


Não foi justo. Ele, que com o seu feitio temperamental, lutador e com problemas cardíacos, teve tantas oportunidades de se ficar em pleno combate, no meio de uma das suas acesas e truculentas discussões, acabar assim, inerte e sem fala!


“Morreu José Augusto Gouveia: O poder local está de luto” dizia uma revista do Concelho, em que a sua fotografia ocupava todo o frontispício. Assim é. O mundo fica sempre de luto e mais pobre quando perde um cidadão como o José Augusto Gouveia.


Quanto a mim, sinto que perdi uma boa parte de mim mesmo, agora que o “noxo Jé ” vive apenas na imensa saudade que me deixou.


****


Nota final:


O seu desinteresse por tudo o que não fosse a causa que defendia, ia a este ponto:


Tendo perdido o seu emprego na Atlantic por motivos políticos, em 1955, se se tivesse apresentado ao serviço após o 25 de Abril, ter-lhe-iam contado todo o tempo desde essa altura e ficaria com uma boa reforma. Disse-lho vezes sem conta. Respondia-me “Que não. Que a revolução precisava dele. Que foi para isso que sempre lutou”. Acabou por fiicar sem nada.


Quando deixou a Câmara, se fosse outro, faria os possíveis e os impossíveis para ficar mais uns meses (outros o fazem e é razoável que o façam) e ficaria com uma reforma de umas centenas de contos. Ele não. Ele, veio sem nada. Tudo quanto ficou a receber, ao fim de toda uma vida de trabalho, e dos seus descontos para a Caixa dos Comerciantes, foi uma pensão de 30 e tal contos.

Era assim o Zé Gouveia.


________________


Os Amigos, aqueles que com ele conviveram e o admiraram, não o esqueceram porém. Em 1999, apoiados por uma vastíssima comissão de honra encabeçada pelo então presidenta de República, Dr. Jorge Sampaio, promoveram um série de iniciativas em sua homenagem, Em resultado de tais iniciativas, José Gouveia foi agraciado com a ORDEM DA LIBERDADE, foi publicado um livro com a sua biografia e o seu nome é hoje nome de duas ruas e de um Pavilhão desportivo no Concelho de Loures, nome de uma praceta em Moscavide, e nome de uma rua em Moncorvo, esta inaugurada pelo próprio Presidente da República. Tem ainda uma placa de homenagem no prédio onde residia em Moscavide e outra, salientando a sua qualidade de maçorano e lutador pela liberdade - esta a que lhe teria dado, estou certo, maior prazer – na frontaria da Assembleia de freguesia de Maçores, a terra que o viu nascer e de onde saiu em 1934 para uma luta que ultrapassava o horizonte da aldeia, muito para além das montanhas que a cercam e a tornam tão pequenina na encosta onde se anicha, por entre amendoeiras e fragas e terras de pão.




VEJA TAMBÉM O MEU OUTRO BLOGUE,

http://enquantoenao.blogspot.com/

18 Comments:

Blogger Maria said...

Eu conheci o teu irmão!
Agora vou ler-te.
Acabei de entrar no blogue, e vi a foto....
Até já.

13 novembro, 2007 23:57  
Blogger Maria said...

Deixei, de propósito, o teu bogue para o final da noite.
Que já é madrugada.
Mas é de madrugada que se fazem as revoluções.....
Pois é, meu querido António, conheci o teu irmão, lembro-me perfeitamente desta cara, só não sei exactamente de onde. Admito que seja do tempo so Severiano Falcão. Admito. Mas foram tantas as caras que conheci no pós 25 de Abril, que outros dados precisaria de ter. Até ponho a hipótese de uma campanha eleitoral na zona dos Olivais. Como hipótese, apenas. Ou talvez de um Congresso. Do Partido a que ele pertencia e eu pertenço.
Vou tentar aclarar idéias. Mas vou quase de certeza bater nos mandatos do Severiano... ou num Congresso.

Gostei de Te ler.

Beijo de boa noite.

14 novembro, 2007 04:05  
Blogger António Melenas said...

Olá, Maria,
Pode muito bem ter sido durante o mandato do Severiano Falcão, ou antes, ou depois, já que o meu irmão, após ter terminado as suas funções na Presidência da Câmara, lá continuou em vários mandatos como vereador em diferentes pelouros e finalmente, como deputado à Assebleia Municipal.

O que é giro no facto de eu ter dividido a sua história em três partes é que tu seguiste com interesse toda a história sem teres a mínima ideia de que afinal até conhecias o personagem.
Suspense!!!!

Pois é, o mundo é pequeno e País é uma aldeia

Beijinhos

14 novembro, 2007 08:59  
Blogger Bichodeconta said...

conheci de perto o Seberiano Falcão que morava aqui em Alhandra e que , também, tal como o Zé Gouveia, lutou até ao fim dos seus dias.. Não conheço no entanto a sua história de infancia.. Este irmão Zé , onde quer que esteja, aguarda certamente a chegada do António para um abraço no reencontro.. Parabéns pelo irmão tão especial que tinha António..Um abraço..

14 novembro, 2007 19:17  
Anonymous Anónimo said...

História fantástica e que bem escrita, esta biografia do seu irmão.
Não conhecia os seus antecedentes, que me deixam maravilhada, mas conheci muito bem o senhor Gouveia que na sua livraria - era eu bastante jovem e ávida de alargar os meus conhecimentos – me deu a conhecer obras que muito contribuíram para a minha formação e alargamento da visão estreita que tinha da vida e do mundo. O senhor Gouveia tinha sempre um ou outro livro que sacava debaixo do balcão e que, pela descrição que dele me fazia, logo aguçava o meu desejo de os comprar. E eram livros como a “Mãe” de máximo Gorki (dizia-me que era o livro que lhe dava mais prazer vender) “Assim foi temperado o Aço”, de Sholokov, “Os Subterrâneos da Liberdade” e vários outros de Jorge Amado, todos então proibidos, e “Princípios Elementares da Filosofia” de Georges Politzer e diversíssimos livros e discos que mal saíam eram logo retirados do mercado, mas que eu sabia, que poderia quase sempre encontrar na livraria do senhor Gouveia. Isto durante os anos sessenta, até que casei e deixei de morar em Moscavide, mas fiquei para sempre com uma grata recordação daquele senhor que tanto contribuiu para a minha valorização como pessoa, como mulher e como cidadã..
Estava era bem longe de pensar que por detrás do seu ar afável se escondia uma vida tão rica e tão sofrida..e que maiores sofrimentos ainda, pelo que aqui leio, haveria futuramente de comportar
Obrigada por ma ter dado a conhecer

15 novembro, 2007 13:21  
Blogger Observador said...

ganda ZÉ!..e ganda homenagem meu querido António.deste-me a conhecer outro grande homem aí de casa..(deves ter o tecto bem alto, não?..todos tão grandes..)
vou-me põr em pé em cima desta cadeira pra te dar 2 beijinhos de admiração. smak! smak!
se tivesse mais tempo, dava-te mais 2..

15 novembro, 2007 15:40  
Blogger Luis Eme said...

Grande exemplo de vida... e grande prova de amor do mano.

Abraço

15 novembro, 2007 17:33  
Anonymous Anónimo said...

Na vida uns seguem-se por princípios em que acreditam e defendem, outros abrem concessões, ou são mais maleáveis e têm esse raciocínio prático de pensar no dinheiro para a altura da reforma. Teu irmão conseguiu manter-se ele próprio sempre, e como tal, morre-se na miséria e em algum triste sofrimento. Pois é... que Deus é suposto fazer justiça final?

Teu irmão precisava de alguém que compensasse o lado egoísta/egocêntrico que lhe faltava. Para ver o final dos seus dias economicamente confortado. Porém não acredito que ele alguma vez tenha se arrependido dos passos que deu, pois seguiu os que a consciência lhe ditou.

Surpreende-me porém, um facto que narras. Então a Pide vai á casa de alguém para o tornar prisioneiro e aceita passivamente aguardar que a família termine a refeição? Acho que isso mostra, mesmo assim, que esses tempos guiavam-se muito pela santidade familiar.

Cumprimentos.

15 novembro, 2007 22:28  
Blogger António Melenas said...

Caro ANÓNIMO,
Qual santidade familiar. Eles, hipócritas que eram -essa era a marca dominante do regime e do seu ideólogo - tinham medo era do escândalo. È que à mesa estavam os pais a mulher o filho e mais quatro irmãos que gritariam aos quatro ventos, se eles insistissem em levá-lo à bruta. Porém, assim que chegram à sede deram-lhe uma tareia de criar bicho.
Olha que meninos!!!

15 novembro, 2007 22:47  
Blogger Paula Raposo said...

Um lutador!! Uma vida que fica suspensa...felizmente tu podes contá-la e ela não se perderá na memória. Obrigada. Muitos beijos, António.

16 novembro, 2007 12:25  
Anonymous Anónimo said...

Zé Gouveia, Grande Camarada!
Mais vale merecê-los sem os possuir
do que possuí-los sem os merecer.
Neste caso teve o reconhecimento possível neste pobre país...

16 novembro, 2007 16:57  
Blogger Pepe Luigi said...

Caro Amigo,
Em conclusão e sublinhando os meus comentários anteriores quero agradecer-te o teres comungado connosco o teu preito de homenagem a um Grande Homem, que por sinal é teu irmão. Honra lhe tenhas feito pelo teu próprio punho.

Um abraço

18 novembro, 2007 18:45  
Blogger sofialisboa said...

simplesmente fabulosa, que honra ter um irmão assim. em tempos critiquei estas coisas comunistas, mas homens assim são bons exemplos nos dias que correm, ao menos ele foi coerente toda a vida! sofialisboa

19 novembro, 2007 14:57  
Blogger Menina do Rio said...

Pois é, isso acocntece comigo de perder contatos mas depois acabo encontrando! Obrigada pelo teu carinho e palavars deixadas. Parabéns também pelo neto. 18 anos é uma idade lindissima onde os sonhos estão todos despertos.

Um beijinho pra ti e votos de uma semana feliz

19 novembro, 2007 19:31  
Blogger LUIS MILHANO (Lumife) said...

Não tenho palavras para comentar devidamente toda a história de seu irmão. Não é só a história que é empolgante mas toda a descrição nos prende de princípio ao fim.

É uma maravilha vir até aqui pois sempre há motivos de sobra para de novo retornarmos.

A vida de José Augusto Gouveia e de tantos outros que lutaram contra o fascismo pela liberdade que muitos já não gozaram devia ser obra literária de iniciativa governamental ou da assembleia da República. Tanto da parte do governo como da casa dos representantes do Povo...assiste-se, sim, a uma inércia e uma indiferença atroz.

Valha-nos o testemunho que nos faz o Amigo António Melenas.


Um abraço solidário

21 novembro, 2007 16:01  
Blogger Manuel Veiga said...

abraços, meu caro António! comovente a tua homenagem. a que me associo com amizade e respeito...

21 novembro, 2007 18:23  
Anonymous Anónimo said...

Confesso amigo António que não acompanhei as outras partes em que fala da vida e história do seu irmão.
Mas esta última parte deixa-me bastante pensativo, como um homem, em prol das suas convicções e ideais, "condena" a sua vida e dos seus para mostrar e demonstrar de que aquilo em que se acredita, e luta, vale "quase" todos os sacrifícios!
Estes exemplos de vida, sobretudo para os mais novos, parecem estar a cair em desuso, coisas do passado, pensarão... mas é com as folhas das memórias que os dias de hoje são, e estão, alicerçados!

Não, não conheci a história da vida do seu irmão, sou bastante mais novo que vós, mas, pelo que relata, deixe-me dar-lhe a si os parabéns pela homenagem que lhe faz!
E a seu irmão, pela personalidade e carácter de homem que foi, o meu maior respeito!

Abraços.

22 novembro, 2007 06:34  
Anonymous Anónimo said...

António,
Segui este trabalho notável que nos deixa. Remeteu-me a um tempo em que, ainda menina, a minha aldeia, tão perto da sua, assistiu a um caso de detenção de alguém cujo o nome lhe deixo: Meireles.

É mesmo, António, foram dias de sururu, de angústia disfarçada, de conversas que eu não conseguia atingir. De qualquer modo, intuia de algo de muito grave se estava a passar.

O 25 de Abril devolveu a liberdade ao Meirele e a tantos outros milhares de Meireles deste pais.

Que os valores da liberdade e da dignidade pelos queis estes HOMENS lutaram, nunca, mas nunca, se percam, António.

Um bem haja, um abraço de bom fim de semana!
Mel

23 novembro, 2007 21:35  

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