A MELGA
A Melga
Vrunga que vunga
Mal a luz se apaga
A puta da melga
Começa a atacar
É um guerra antiga
Que com esta “amiga”
Me empenho em travar
É ela a zunir
Tentando pousar
E eu, mãos no ar,
Com força abanando
Para a afastar
E ela esperando
No sono eu pegar
Vrunga que vunga
Até me cansar.
E ao ver-me dormindo
Sem forças, exangue,
Aí vem a danada
Sugar o meu sangue.
Pela vida fora
Sempre foi assim
Entre eu e a melga
Uma guerra sem fim.
Quando eu acordava
Mordido e inchado
As babas crescendo,
Um Cristo chagado
Por vezes parecendo,
Aquilo só vendo,
A raiva que dava!
Pois hoje vais pagar
Maldita tu sejas,
Por mil brotoejas
Que desde menino
Sem dó me deixaste.
Hoje vou-te apanhar
E assim me vingar
De toda a peçonha.,
Melga sem vergonha,
Que em mim inculcaste.
Vrunga que vunga
Já ela aí vem
Já ela pousou
Vais ver o que é bom!
Mas espera, que é isto,
Quem é que me explica,
Vrunga que vunga
Mas pousa e não pica
E pousa e não pica
Que se passa aqui
Quem é que me explica?...
E a noite se passa,
Num vrunga que vunga
E a puta da melga
Chateia, chateia,
Chateia e não pica!
Meu Deus que tristeza
Uma coisa assim
Se já nem as melgas
Se interessam por mim
E em boa verdade
Sangue tão ruim
Quem pode,
quem há-de,
Se bom do juízo,
Gostar de o chupar
Sem ter prejuízo?
Vrunga que vunga
E a melga lá vem,
Está-me gozando
A filha da mãe
Só zumbe e esvoaça
Mas nem se detém
Esta velha carcaça
Já não lhe convém
Oh céus, Oh desgraça,
Mas que fim sem graça
Que esta história tem
E agora que importa
vrunga que vunga
Se a melga lá vem!.....
Boa noite, ò melga,
Passa muito bem
____________
Nota: Não se trata apenas de uma brincadeira.
Reparei há dias que as melgas,
que toda a vida me tinham feito grande mossa,
agora não me picam mais, esvoaçam sobre mim,
poisam por vezes, mas picar, não picam
20 Comments:
ahaahha
Meu Amigo fez-me rir
Ah grande melga que era esse vrunga que zunga
Deixo um beijinho sorridente:)))
(*)
Ó António não fique triste.. eu quando era criança ficava mordida dos pés á cabeça.. Agora só o Zzzzzz me incomoda, de resto é como se tivesse sido vacinada.. como estar imunizada.. As melgas já não picam, ou se picam já não surte efeito..Um abraço, Ell
Caro António,
cá estou eu de visita à sua página. Mais uma vez, deixo-lhe os meus elogios, pela prosa, pela graça!
Olhe que os últimos a mostrar interesse pela nossa "velha carcaça" são os vermes...
Por isso não se apoquente,
que os insectos terão sempre, interesse por si, por mim, e por toda a gente.
Mas deixe-os esperar, que pressa decerto não queremos mostrar!
Sua fã,
Cristina
Amigo António
cuidado com as melgas...
ofereço-lhe um «Trevo da sorte», todos no Mundo precisamos de sorte.
Venha buscá-lo, é seu.
Vou contar-lhe um segredo:
Há 33 anos atrás, dei à Luz, uma criança de seu nome Alexandre.
é isso, eu e ele estamos de Parabéns.
Só Deus sabe como tenho feito tudo na Vida, para o bem dele, anulei-me, deixei de trabalhar para o poder criar em casa, com outras condições, as melhores possíveis e, ele esquece-se que tem uma Mãe. Esta mágoa hei-de carregar comigo até ao fim da Vida.
Mas, continuo de cabeça erguida, tentando fazer o melhor que posso aos meus netos, principalmente dando-lhes muito Amor. E, por falar em netos, é engraçado, no dia que o meu filho faz 33 anos, a sua filha, minha neta entra para a Escola Primária, dando os primeiros passos em direcção ao seu Futuro... e, dizem que « não há coincidências»...
Beijos e abraços.
Tem graça! Eu que também era sempre mordida pelas melgas...já há tempos que não me ligam! Um dos prazeres da idade!! Eh eh eh beijinhos, António.
Eu cá me parece que só a mim encontram. Passando te deixo um beijo.
Bjs
Ultimamente só me fazes rir :)
Fantástico, como tu!!
Malvada melga, tu dá-lhe!
Beijosss
Caro Amigo
Julgo descortinar, por baixo de um disfarce humorístico, aliás muito bem conseguido, uma certa dose de amargura, talvez derivada do teu estado de saúde e isso me suscita alguma preocupação
Coragem, Amigo.
Um abraço
M.C.
Meu querido amigo António,
Tive de rir... porque deve ser da zona norte do rio Tejo. Também sou atacada pelas melgas e desde cedo, desde a infância. Aliás, até já escrevi um conto sobre isso (um dia publico...).
Um enorme abraço
Mel (www.noitedemel.blogs.sapo.pt)
PS: Comentei o teu poema anterior, passei agora por lá e não vi... se calhar não gravou! Lindo este e o anterior em particular!
ahahaahh... meu querido amigo,
Que momento de bela poesia humoristica!
Tinha saudades de te ler!
Bom fim de semana
Beijinhos da
Maria Valadas
Este texto diabólico - prás melgas - está delicioso!!! Sabe o que acho António, é que elas perceberam o zangão que você é... e então há que se pirarem, medo da pele pois rsss!
A sua escrita e bom humor continuam a encantar-me!
Fique bem, abraço!!!
Caro António,
É de veras hilariante este teu jocoso poema "Melga".
Fartei-me de rir.
Um abraço.
Só depois é que reparei na tua Nota de roda-pé e ao lê-la posso confirmar-te que eu sempre fui picado por tudo o que era "M" (melgas, moscas e mosquitos). Porém a partir dos meus cinquenta anos também esta praga me deixou de fazer mossa.
Procurei saber junto de um clínico ao qual me explicou que o nosso sangue ao longo da vida passa por várias "acidificações", sendo que quando mais velhos somos menos "mel" temos no nosso tao estimado fluído.
É, às vezes até as coisas ruins nos fazem falta... Bom, se não tens mais as "melgas" como dizes (aqui no brasil chamamos de mosquitos, pernilongos ou até muriçocas, mas essa de melgas eu não conhecia...) pelo menos tens a nós amigos poetas para compartilhar do seu "sangue" artístico. Um abraço!
melgas à parte, gostei de ler...
nada fácil meter a melga num poema! abraços
Caro Poeta,
Então e mosquitos? Para mim, são uma praga! Como são atraídos pelo dióxido de carbono que libertamos ao respirar, tenho-os sempre a querer entrar no nariz ou na boca! Bem posso fugir, que eles seguem atrás!
Quanto ás melgas, olhe que depende da safra... a estirpe deste ano se calhar prefere sangue O+, ou A+...
Cumprimentos,
CC
Antonio,
Uma delícia este teu texto! E alegrou meu dia, pois me fez rir muito.
Te deixo um beijo.
Depois de uma ausência algo prolongada, regresso aos escritos outonais, agora, pelo que vejo, aos escritos poéticos.
Saudações!
Pois é, querido amigo, só tu para fazeres humor com essa história das melgas.
Só tu, para encontrares um outro lado em tudo.
Só tu, para te rires, para escreveres, para teres graça e para nos fazeres rir e achar graça ao que graça parecia não ter.
És mesmo lindo!
As melgas também já não gostam de mim como gostavam, também andam à minha volta Vrunga que vunga mas pouco me picam.
Bom, bom era se além de não picarem deixassem também de zumbir podia ser que nos esquecêssemos que as danadas existem e ao esquecer isso nos esquecêssemos do maldito sangue que está ruim e menos docinho.
Que ao menos sirva para escrever com graça e dar alegria e risos a quem lê.
Um beijo grande para ti meu amigo.
Isabel
Delicioso o teu poema da melga.
Olha que eu sofro do mesmo, podem estar 20 ou 30 pessoas e apenas 1 melga, pois é comigo que ela vem ter....
Como eu gostei do vrunga que vunga da chata da melga...
Beijinhos
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