1.09.2007

NO CORPO QUE ME ABRISTE ...


No corpo que me abriste, com amor,

Com amor lancei minha semente.

E a seiva germinou e se fez flor

E o verbo tomou forma e se fez gente

.

E quando sobre nós, lançando a dor

Nos separa o fascismo prepotente,

Tu não estavas só, pois em amor

Crescia a nossa filha no teu ventre

.

Recordo a tua imagem sorridente

Passando junto aos muros da prisão

(Por trás a velha Sé, o Tejo em frente)

.

E eu, preso à doçura da visão,

Bebendo no teu riso transparente

O orgulho que te enchia o coração


19 Comments:

Blogger Isabel said...

Meu amigo
Que força é essa
Que escrita é essa
Que amor é esse
que põe lágrimas nos meus olhos

Que beleza é essa amigo
que trazes no peito
que da dor fizeste riso, orgulho e docura.

Que dom é esse
Que tua poesia tem
que me pôe lagrimas nos olhos
e me faz orgulhar de ter o previlégio de te ler.

Lindo meu amigo... tu e o que escreves.

Isabel

09 janeiro, 2007 15:33  
Blogger Isabel said...

Sendo eu tão diferente te ti é tão prazeiroso ler-te.

Aprendo contigo.


Até breve meu amigo.

Isabel

09 janeiro, 2007 15:37  
Blogger António Melenas said...

Que generosidade é essa, Amiga Isabel, que dom é esse de falar do trabalho dos outros de uma maneira tal e tao bonita, que até me deixa "sem jeito", como dizem os brasileiros?
Considero este teu comentário como um incentivo que me obriga a fazer melhor.
Obrigado, Amiga

Um abraço

09 janeiro, 2007 16:24  
Blogger Maria Carvalho said...

Que doce este poema António! Gostei muito! Obrigada pelas palavras no eco, mas de facto, o meu tempo acaba por não ser o tempo dos outros. Para mim tudo já devia ser sido ou dito e não tenho tempo de esperar! Hoje coloquei 2 poemas e só reparaste num!! Eh eh beijos com toda a minha ternura.

09 janeiro, 2007 23:08  
Anonymous Anónimo said...

e sabes que eu, ainda criança, fui com ela visitar-te ao Aljube?
Isso marcou-me para sempre e fez-me sentir muito orgulhoso de ti toda a vida, primo gouveia como eras conhecido!
E a Nina muito bonita, muito magra e elegante ia de facto num misto de ternura e de vaidade ver-te. Isto ficou-me sempre na memória e revejo-me em relação a ti da mesma forma juvenil como sempre viste e sentiste em relação ao teu irmão Zé. Compreendo como o vês porque te vejo um pouco assim também. E tenho agora 58 anos!!!! um grande abraço e parabens pela tua poesia que só conheci ao fim destes anos todos, aqui na net.
Rogério

10 janeiro, 2007 00:20  
Blogger António Melenas said...

Pois é Rogério, Como o tempo passou! Eras um menino, nessa altura. Sinto-me desvanecido com os sentimentos que consegui (malgré-moi)inspirar-te. Que mais pode um homem da minha idade ambiconar do que merecer o respeito dos mais novos?!
Obriggado Rogério
Um grande abraço
do "primo Gouveia"

10 janeiro, 2007 01:00  
Blogger Manuel Veiga said...

um abraço, meu caro amigo. o teu soneto está excelente. comovente essa partilha amorosa...

10 janeiro, 2007 13:30  
Blogger Licínia Quitério said...

Como dominas bem o soneto. E que história de vida a tua. Tive amigos com histórias semelhantes.
O teu encontro com o teu primo aqui é comovente.

Beijo.

10 janeiro, 2007 19:18  
Blogger Ana Prado said...

Irrepreensível, António. Quem sabe, faz assim:)
Mais uma vez de imensa ternura.

Um abaço e um profundo respeito pela pessoa que é.

10 janeiro, 2007 21:11  
Blogger LurdesMartins said...

Parecem-me memórias do tempo passado... escritas de uma forma tão doce e carinhosa, que apenas se pode sorrir após a sua leitura.
E o António continua a surpreender-me!
Beijinhos

11 janeiro, 2007 22:04  
Blogger MEHC said...

O amigo tem mão ... e coração para o soneto e difícil que ele é! E, se me dá liciença, gostaria aqui de felicitar a sua mulher, pela inspiração que tem sido em toda a vossa vida.
Um abraço.

12 janeiro, 2007 10:17  
Anonymous Anónimo said...

Antonio, que força, que amor este amor tão grande, só mesmo de um grande homem como tu! bem hajas sofia
PS: hoje lembrei-me de um post que me deixaste não há muito tempo e falei em ti bjs meus

12 janeiro, 2007 16:05  
Anonymous Anónimo said...

Passei para desejar óptimo fim-de-semana e apreciar esta interessante página, onde impera a qualidade e bom gosto.

12 janeiro, 2007 17:26  
Blogger Elsa Sequeira said...

Olá António!!!

mas que lindo! ès um jovem do século xxi, acredita!!Porque a nossa idade não corresponde ao B.I., mas sim á que temos no nosso coração! E pessoas como tu, são sempre jovens!!!
Gostei muito!!!

Beijinhos!!!

:))

13 janeiro, 2007 12:45  
Blogger ROADRUNNER said...

Uma bela homenagem a quem em tempos neste cantinho à beira-mar, foi privado de poder ser feliz...
Saudações!

13 janeiro, 2007 17:01  
Blogger Menina Marota said...

... e eu fiquei presa às tuas palavras! Que bela homenagem à fecundidade da Mulher, a um passado que ficará presente em memória ( e agora escrita9) e partilhado no Amor.

Que bela visão essa que apresentas, do amor mulher, que observas ainda na tua memória.

Ler-te, é descobrir um mundo, não virtual, mas real, que aqui partilhas com tanta transparência, que é como se o tivessemos vivido também.

Aquilo que partilhas em muitos locais da net (que lá tive o prazer de ler) é de uma riqueza tal, que me honra muito ler-te!

Um abraço carinhoso e grata pela partilha

13 janeiro, 2007 18:16  
Anonymous Anónimo said...

Olá António são sabias as tuas palavras, quem me dera ser sábia um dia também... bjs sofia

15 janeiro, 2007 13:00  
Blogger Maria said...

Este poema é um hino ao amor, um ode à resistência e à luta!
Um beijo

20 janeiro, 2007 00:00  
Blogger Codinome Beija-Flor said...

Antonio, Seu poema deveria ser "leitura obrigatória" aos homens como é o serviço militar.
Tenho certeza de que haveriam mais mulheres amadas e felizes.
è gratificante ver tamanha beleza traduzida por um homem em forma de poema.
Pra você minha admiração e um beijo afetuoso.

31 janeiro, 2007 03:14  

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