11.11.2006

O GRUPO DO CRISÂNTEMO

Falei aqui há tempos, mais precisamente no “post” de 22-4-2006 dos “Borrachos dos anos cinquenta” – encontro anual de amigos que moravam em Moscavide na década de cinquenta, cuja idade andava, nessa altura por volta dos vinte anos, salientando as características peculiares de Moscavide do nosso tempo que tornavam possível um especial clima quase mítico de vivências e de iniciativas como a desse encontro.

Recordo-me, inclusive, que a crónica em que fazia esse relato foi muito do agrado de quem teve a oportunidade de a ler.

Pois hoje vos falarei de uma outra iniciativa do mesmo género mas muito mais interessante e mais original. Com efeito, enquanto o encontro dos “borrachos” se efectua, apenas desde meados dos anos setenta, com não muito segura regularidade, aliás, e depende sempre da iniciativa, ano a ano, de alguns carolas que para tanto necessitam de obter a inscrição prévia dos eventuais participantes, e de os informar da data e do local onde o convívio terá lugar, o de que hoje vos falarei que tem o nome do “Grupo do Crisântemo” efectua-se há 56 anos ininterruptos, tem uma data certa, não precisa de inscrição prévia e ninguém avisa ninguém. É mais um tipo de iniciativas que só em Moscavide podia acontecer

Foi em 1950 que tudo começou. Morávamos todos em Moscavide, éramos jovens e andávamos sempre em grupo, dentro do espírito de clã que os jovens de todos os tempos sempre cultivaram. A juventude de hoje não inovou nada, nesse aspecto. O que não é vulgar é manter esse espírito durante a vida inteira. Por esse tempo, nós éramos simplesmente: “a Malta” e tínhamos quase todos pertencido ao Grupo de escuteiros local. Ora “a Malta”, que andava sempre junta, que ia à praia, junta, que ia ao baile, junta, que ia para os copos, junta, que ia às “meninas”, junta, começou a ter a intuição de que a vida e o destino se encarregariam de nos separar e que como todas as “maltas” deste mundo, iria desaparecer na voragem do tempo, dela não restando mais do que alguma saudade e vagas reminiscências.

Consciente disso eu, romântico incorrigível que sempre fui e espero continuar a ser, no dia 11 de Novembro do referido ano de 1950, no meio de uma das nossa farras em casa dos pais de um de nós (éramos todos solteiros ainda e sem casa própria, portanto) já bem bebidos, como frequentemente acontecia, propus que assumíssemos o compromisso, sob forma de juramento, de nos encontrarmos dali a uns quantos anos, num determinado sítio a combinar, estivéssemos onde estivéssemos na altura, e fossem quais fossem as dificuldades que se nos deparassem para o fazer. Discutiram-se os prazos, o local e a data. Cada um dava a sua “boca”. Imaginávamos cenários em que a vida teria corrido bem a uns e menos bem a outros, em que um apareceria num bruto carro (nesse tempo nenhum de nós, o tinha, obviamente) e outro aparecia andrajoso, os dedos dos pés a sair dos sapatos rotos, cabelo e barba desgrenhados... tudo isto entre risos e sugestões as mais desencontradas e mais delirantes. Os copos algum efeito haviam de fazer...

Quanto à data, a maioria preferia que fosse no verão, por ser mais propício à farra, e poder prolongar-se mais noite adentro. Eu, opinava pelo inverno. Era mais romântico. Imaginava uma noite de tempestade. a chuva lá fora fustigando as janelas do local onde estivéssemos reunidos; o “suspense” relativamente aos que se atardavam; que lhes terá sucedido? Será que o mau tempo os deteve? Será que vão aparecer molhados, pingando da cabeça aos pés? Finalmente o consenso, vários copos depois. Seria no “Verão de S. Martinho”, que não é verão nem é inverno. Ficou por isso escolhida a data de 11 de Novembro, mais pelas razões expostas do que por se tratar do dia do patrono dos copófonos, como alguém maldosamente possa ser tentado a inferir (credo! cruzes canhoto! logo nós que nem gostávamos nada do tintol e éramos o tipo acabado de virtuosos abstémios!)

No que se refere ao local, a escolha também não foi fácil. Seria que o restaurante que escolhêssemos ainda existiria na altura do nosso longínquo encontro? É que se não existisse lá se iria o encontro e lá se perderia, quiçá, toda a esperança de podermos um dia voltar a encontrar-nos – o que para o espírito de clã de que na altura imbuídos constituía uma tragédia inimaginável. Teria de ser, pois, um lugar público, um lugar que dificilmente deixaria de existir, de onde seguiríamos depois para um qualquer restaurante, a combinar na altura, onde à volta de uma ceia bem servida mataríamos saudades,, contaríamos as nossas venturas e desventuras e cantaríamos a nossa rapsódia a quatro vozes sempre bem afinada. Por minha sugestão foi aceite como ponto de encontro a Praça Luís de Camões, junto à estátua do Poeta.

Faltava ainda definir a distância no tempo. Ponderadas as várias opiniões optou-se por 10 anos. (meu Deus, que ingénua ideia tínhamos nós da vertiginosa marcha e da relatividade do tempo! Só mais tarde a vida nos ensinaria que 10 anos são um ápice nessa corrida desenfreada). Seria, portanto, em 11 de Novembro de 1960. Entretanto outra dúvida se levantou: Como nos iríamos reconhecer, se o tempo ou vicissitudes diversas nos tivessem substancialmente modificado as feições ou o aspecto geral? Solução: cada um de nós levaria ao peito uma flor da época: um crisântemo branco.

Encontrada a forma e o espírito de que se revestiria o encontro, coube-me a mim redigir o juramento, que todos logo ali assinámos e cujo texto era o seguinte:

"Nós, abaixo assinados, prometemos que, se Deus for servido conceder-nos a existência, sejam quais forem os nossos credos religiosos ou facções políticas, seja qual for a situação económica que nos divida, ou a distância física ou moral que nos aparte, ainda que com sacrifício, desde que esse sacrifício a nós atinja, unicamente, nos havemos de reunir, levando todos ao peito um crisântemo branco, junto à estátua de Luís de Camões, às vinte e duas horas de onze de Novembro, dia de S. Martinho, de mil novecentos e sessenta, para, em conjunto, relembrarmos as nossas brincadeiras da meninice, os nossos sonhos e aspirações da adolescência; brincadeiras que não se repetem, sonhos que talvez não se realizem, mas que nos conservarão unidos pela vida fora e nos ajudarão a permanecer eternamente jovens e eternamente camaradas.
Nota: A juventude não está tanto no verdor dos anos, como na frescura do coração."

Moscavide, 11 de Novembro de 1950

(e seguiam-se 13 assinaturas, dias depois seguidas de mais duas de amigos ausentes naquela noite)

****

Ingenuidade e peneiras, não nos faltavam como se constata pela amostra junta.

Apesar do juramento do encontro ser para dali a 10 anos, a verdade é que, a partir daquela data, sem nunca falhar, durante os últimos 56 anos, nos reunimos na noite de S.Martinho.

Em 1951, foi em Moscavide, no café do “Britinho das garotas”, que era um dos locais que então mais frequentávamos.

Em 1952, também em Moscavide, na Pensão Jardim, da D.Trindade (A título de curiosidade, registo que o jantar, que constava de sopa, peixe, carne, pão, vinho, fruta, café e bagaço, tudo à descrição (ainda conservo a factura) custou 20$00 por cabeça. Actualmente, um prato (é sempre bacalhau assado) pão, vinho castanhas e café, custa-nos à volta de 20 euros – 4 contos em escudos, para melhor podermos comparar

Em 1953, no Restaurante da Lisboa Filmes.

Em 1954, No Clube Familiar Moscavidense

.Em 1955, no Restaurante Grande Elias, no Ginjal.

Em 1956, 1957 e 1958, no Restaurante Balão,
em Moscavide

Em 1959, num restaurante na rua da Escola Politécnica.

11-11.1953: Restaurante da Lisboa Filmes, com a madrinha do Grupo.
Sim tínhamos uma madrinha e tudo. Que será feito de ti Benvinda?

Em 1960, conforme jurado dez anos atrás, junto à estátua de Camões

de onde se seguiu para o Caramão da Ajuda

Nessa noite, em que o Chico que entretanto abalara para Angola se fez representar pela irmã, com uma carta sua e um ramos de flores, o juramento foi renovado para 1970. Contudo, durante toda a década seguinte como na anterior fomos continuando a encontrar-nos anualmente, no mesmo data, nos mais diversos locais.

E em 1970 lá rumamos novamente até à estátua de Camões.

Como trabalhava perto, na Calçada do Duque, fui o primeiro a chegar. Estava eu a um canto da Praça, debaixo de um dos pinheiros que ali existiam (não me recordo se ainda lá estão), quando se chega junto a mim um colega que me sussurra com ar cúmplice e sorrisinho malandreco “Com que então de florinha ao peito aqui a estas horas?! Temos engate à vista”. “Acredita, se quiseres (retorqui eu), mas o facto é que estou à espera de uma dúzia ou mais de matulões, com quem, precisamente há vinte anos, combinei encontrar-me, a esta hora, neste local”. “Vai contar essa a outro”, continuava ele com um sorriso de cumplicidade malandra. Eis senão quando, surge o Zé Poejo a uma esquina, o Nelson a outra, o Quim atrás e outro e mais outros que, paulatinamente, se vinham aproximando, de flor ao peito. “Aí estão eles”, disse eu, apontando-os. O meu amigo ficou varado de espanto.

´”Eh pá, isso é a coisa mais gira que eu já vi em toda a minha vida”, acabou por dizer. E lá foi à sua vida, pensando, por certo, com os seus botões, que ainda havia gajos “muita doidos” neste mundo.

Do Camões se abalou para o Restaurante chamado “Floresta de Moscavide” (propriedade dos antigos donos do “Balão” de Moscavide, o Manel e o seu irmão João - este último nosso conhecido desde garotinho), onde, depois da farra e das cantorias habituais se renovou o juramento para 1980.

Em 1980, novamente no Camões, de florinha ao peito e novo juramento para 1990.

Em 1990, contudo, e nos anos seguintes, até hoje, já não fomos ao Camões, tendo-nos dirigido directamente à “Floresta agora situada na Póvoa de Santo Adrião (Esta alteração tinha sido acordada na reunião de 1989, por acharmos que estando agora “menos jovens” e com os problemas de trânsito, cada vez maiores, não fazia sentido irmos ao Camões, onde é impossível estacionar, para atravessar a cidade em horas de ponta até à Póvoa de Stº Adrião. Só o Quim, que era uma força da natureza, embora doente, fez questão de discordar: “era no Camões, era no Camões”.

Pobre Amigo faleceu no mês seguinte, a poucos dias do Natal.

********

Em 2000 - Cinquenta anos após o nosso juramento de 1950, lá estivemos de novo reunidos no Restaurante "Floresta", na Póvoa de Santo Adrião, para a celebração do nosso ritual de amizade então iniciado. Como era natural, neste ano o número de participantes foi bastante superior ao que tem sido habitual. Com efeito, apesar das baixas de vários dos signatários do juramento de 1950 a quem a morte já levou (de quinze só restam oito) o número de familiares que resolveram associar-se aos velhotes na comemoração do evento elevou para a 39 o número de participantes, contando com as companheiras, filhos e alguns netos, Todos os presentes assinaram novo juramento para se encontrarem em 2010. Será que algum dos signatários de 1950 lá vai conseguir lá chegar?

11-11-2000: Lendo o juramento para 2010

2006 - Mais seis anos se passaram e mais seis encontros, contando com o de hoje.. O de este ano, pela primeira vez (ficou decidido no ano passado) deixou de ser à noite) passando a ser sempre ao almoço do primeiro sábado a seguir ao São Martinho ou no próprio dia de São Martinho se calhar a um sábado, como hoje aconteceu.

É de lá que acabo de chegar. À nossa espera, lá estava a mesa posta - uma mesa enorme, preparada para um número indeterminado de pessoas (nunca se sabe quantas virão) e que este ano teve de ser acrescentada e lá estivemos nós os 8 magníficos sobreviventes e mais alguns que se nos foram juntando ao longo dos anos, alguns acompanhados das mulheres, dos filhos, dos netos, num total de 29 pessoas e um bebé. Há um ano precisamente que não nos víamos, agora que cada um mora para seu lado, mas para o ano, sem mais combinações, cá estaremos para renovar este ritual de amizade.

Este ano, tivemos uma grande surpresa e uma extraordinária alegria: o Luís um dos signatário do juramento de 1950, que não víamos desde 1960 e que julgávamos tivesse morrido há muitos anos, apareceu no restaurante, vindo de Coimbra onde mora, depois de uma neta ter descoberto na Net um site meu sobre Moscavide, onde falo dele, incluíndo-o na lista de amigos falecidos. Como diz a parábola há mais alegria pelo regresso do filho pródigo (neste caso o Amigo) do que pela presença habitual dos restantes. E assim aconteceu, Foi mais jovial e mais excitante o encontro deste ano por causa do regresso do Amigo que julgávamos ter perdido.

Vou fazer em Março 78 anos. Não sei quantas vezes mais, de flor branca ao peito, poderei voltar a encontrar estes amigos, mas tenho esperança de que os nosso filhos e netos, que já há alguns anos têm vindo a aprender a conviver uns com os outros, continuem a encontrar-se, quando todos os signatários do nosso juramento tiverem partido para a longa viajem sem regresso.

E agora digam-me lá se é muito vulgar a existência de um grupo de amigos com as características deste “Grupo do Crisântemo” ?

15 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Muito obrigado António pela sua gentileza de me ter ajudado com o «azul» dos meus comentários.

Com os melhores cumprimentos

Princesa Virtual

Ps com mais tempo vou voltar aqui para espreitar o seu espaço

11 novembro, 2006 22:47  
Blogger Pekita said...

De facto não me parece que seja muito vulgar , pelo menos que dure tanto tempo. É lindo António que consigam manter essa aliança e espero que assim se aguente, pelo menos até 2010, e que os vossos filhos a perlonguem, mais que não seja para vos recordar, a vocês e às histórias que devem encher esses encontros.

Beijinhos

12 novembro, 2006 12:47  
Blogger sofialisboa said...

absolutamente fabulosa esta história! sofialisboa

13 novembro, 2006 12:37  
Blogger Menina Marota said...

Confeso, António que não li o texto.
Mas como não tenho o teu endereço electrónico, resolvi convidar-te aqui para visitares o meu novo espaço, reconhecendo a tua grande sensibilidade para a escrita.
Se achares por bem, passa por lá, ou seja, por aqui: http://roseiraldoamor.blogspot.com/

Mais tarde, com tempo passarei para te ler...

Um abraço e boa semana ;)

13 novembro, 2006 17:12  
Blogger Ana Prado said...

António, como lhe disse que faria, cá estou de volta. Profundamente emocionada com o que acabo de ler, sem muito mais a dizer a não ser um obrigado por esta extraordinária lição de vida. Permita-me que lhe faça uma modestíssima homenagem no Luz Fugaz.

Cumprimentos, muitos e calorosos.

13 novembro, 2006 17:46  
Blogger Maria Carvalho said...

Curioso!! Os meus Pais casaram em 1950 e moravam em Moscavide...Beijos.

13 novembro, 2006 19:13  
Blogger Maria Carvalho said...

Acabei de ler tudo. Uma lágrima de ternura por estes vossos encontros, pela maneira como os descreves, pela Amizade. Penso que o meu Pai não fez parte desse grupo, mas vou perguntar-lhe. Beijos.

13 novembro, 2006 19:21  
Blogger ROADRUNNER said...

Caro amigo Gouveia,
é com muita emoção que acabei de ler este seu post cujos fundamentos já conhecia, designadamente através da sua página sobre Moscavide.
Sendo eu também um "filho"de Moscavide mais ainda me tocam estas suas palavras.
Embora uns aninhos (alguns) mais novos também promovemos há já muitos anos (eu e mais um grupo alargado de amigos de infância "filhos" da terra) um jantar anual, mais precisamente dia 11 de Novembro, dia de S. Martinho. Todos os anos lá marcamos presença, umas vezes faltando uns, outras faltando outros, pois a vida é mesmo assim e nem sempre as obrigações familiares e profissionais se conseguem conciliar e por vezes a distância também se torna um obstáculo, mas mesmo assim a tradição tem continuado todos os anos e com mais ou menos afluência a coisa está para durar, espero eu que nunca menos de três décadas pois seria sinal de que conseguiriamos atingir o seu recorde. A ver vamos.
Um grande abraço e a certeza de que em 2010 lá estará reunido com os seus amigos para mais um juramento.
Saudações!

14 novembro, 2006 00:18  
Blogger Licínia Quitério said...

História rara. Emocionante. Um hino à Vida. Também um exemplo de luta pela permanência dos laços. Assim fossem mais Homens, melhores seriam os Povos.

Aceite o meu abraço solidário.

14 novembro, 2006 14:10  
Blogger Luís Galego said...

tocante este texto...

15 novembro, 2006 11:09  
Anonymous Anónimo said...

Um exemplo abnegado e constante de amizade, rara e diradoura. Exemplar, pois 50 anos é uma vida.

17 novembro, 2006 13:38  
Blogger A. Roma said...

Muitos parabens ao Grupo de Crisântemo. Podem e devem sentir-se orgulhosos. A minha mais sincera homenagem e votos para que em 2010 a festa seja de arromba e com muita saúde.
o telejornais deviam falar do vosso encontro. Exemplos assim, ajudam a formar as pessoas.

18 novembro, 2006 20:08  
Blogger Menina Marota said...

O prometido é devido e vim ler o texto.
A minha primeira reacção, limpando as "malvadas" lágrimas que teimam em cair e não me deixarem ver o teclado, foi que... já não existem assim Amizades...mas depois pensei nos filhos e nos netos que vos acompanham... que irão permanecer nesses afectos tão duradouros...e dar-lhes continuidade...
Um relato mais que emocionante. Uma forma de estar na Vida, que é merecedora de um grande aplauso.

Fico grata por nos proporcionares estes momentos da tua vivência tão rica e, orgulhosa por ser uma das tuas leitoras...

Um abraço carinhoso ;)

20 novembro, 2006 11:07  
Blogger Poesia Portuguesa said...

Em 2010, estarás aqui a emocionar-nos com o relato desse almoço memorável...são estas partilhas que fazem com que a internet, nada tenha de virtual...
Eu aproveito a emoção do momento, para dizer-te que acabei de te "desviar" um poema...
Algum inconveniente diz, que será de imediato retirado...

Um abraço carinhoso e boa semana ;)

20 novembro, 2006 11:12  
Anonymous Anónimo said...

Titó....
Prometo que a breve trecho mandarei as fotos do almoço de 2006. O tempo tem sido escasso, mas não está esquecido!!!
Beijos e abraços de todos para todos

05 dezembro, 2006 19:11  

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