MELANCOLIA
Tristis est anima mea usque ad mortem
Outono,
árvores despidas
sol doente, nostalgia...
Ao longe, como um lamento
a sinfonia do vento
por entre as folhas caídas
Ouve-se um sino plangendo
por certo morreu alguém...
Bem podia ser por por mim
que o sino chorasse assim,
pois de amor morro também
Tudo calmo. O sol cansado
deitou-se... devagar.
Também ele anda mudado...
é do Outono, coitado...
deixá-lo lá repousar
Só eu não descanso, Amor
e dormir já não consigo.
Partiste, deixaste a dor...
meu coração foi contigo
Por isso estou triste!
hoje mais do que nunca...
E se ando assim
é porque a tristeza
desta tarde de outono
se meteu toda em mim
É porque o resto de cor
De um sol que já se escondeu
me faz lembrar o calor
de tantos beijos de amor
que a minha boca te deu
É porque a brisa, ao passar
varrendo as folhas do chão
me traz, perdidas no ar,
cadências de um canção
de amor, que te ouvi cantar
É porque a “nossa” estrela
me lembra, no céu infindo,
a mágoa te não ver
e não poder esquecer,
jamais, o teu rosto lindo
.....................................................
E por isso,
por tudo o que perdi
mas sei que existe,
neste entardecer mórbido
de outono,
pensando em ti, sem te ver,
meu coração está triste,
triste …
_ _ _
14 Comments:
Ah poeta! :-D
Muito bem! Espero ver mais poesia neste blog, tendo em conta a amostra de talento poético!
Já faz tempo. Mas ainda dói, não?
Caro António Melenas
Faz já uns tempos que não visitava este seu blogue. Vim à procura das suas interessantes crónicas e deparo com dois belos poemas. É uma surpresa mas também gostei. Este último, Melancolia, achei-o lindíssimo. Também achei uma delícia o Diário de um Vagabundo.
Em verso ou prosa, espero continuar a visitá-lo mais frequentemente
Cumprimentos
Carlos Correia
Lamento não conseguir comentar o meu blog. Sempre poderá talvez fazê-lo por e-mail.
Muito lhe agradeço a indicação que deu ao Luís Gaspar que já me contactou.
Fico à espera de mais produção sua que admiro.
Um abraço.
Grato pela visita e pelo comentário, sem dúvida estimulante. Sou admirador da escrita da Licinia e agradeço-lhe ter trazido outro amigo....
Claro que serei frequentador do teu blog, que pela breve leitura. mas parece com muita qualidade.
Um abraço
Faço a ronda, não por imperativos menos concebíveis, mas porque este blogue é duma estética irrepreensível, comprometido com a beleza da vida, a merecer mais e constantes visitas, porque aqui respira-se serenidade, e sinto-me, dum modo agradável, satisfeito, porque a excelência não tem preço, simplesmente, apreço. Bom fim-de-semana.
Bela apologia do Outono e do amor ainda que bem remota no tempo...
Saudações!
Faz tempo mesmo! Pensar eu, que já eras Poeta e eu não tinha, ainda nascido..
"...É porque a brisa, ao passar
varrendo as folhas do chão
me traz, perdidas no ar,
cadências de um canção
de amor, que te ouvi cantar
É porque a “nossa” estrela
me lembra, no céu infindo,
a mágoa te não ver
e não poder esquecer,
jamais, o teu rosto lindo..."
... feliz da Mulher que inspira tal sentimento...
Um abraço
Poeta, não sei se era, mas bastante antes de 1951 eu fazia versos
..ai tantos anos, já nem sei há quantos...
Obrigado a todos pela visita e pelos comentários
olá antónio, mas tanta melancolia e há quanto tempo...mas gostei muito mesmo sofialisboa
Ol+a antonio, foi preguiça apenas, também passei para beta, mas nem dei por isso... quanto ao link para o meu blog, não me poreocupo mesmo... mesmo assim obrigada pela explicação. sofialisboa
Antes de tudo, deixo o agradecimento pela dlicadeza do seu estimulante comentário. Depois, dizer-lhe que é com enorme satisfação que aqui estou a descobrir a sua obra. E que obra!
Muito em breve voltarei. Seguramente que o faço.
Sim faz tempo, mas o tempo é relativo... para as crianças uns breves minutos já é muito tempo, com a idade tem-se mais calma com o passar do tempo mas mais nocão que o tempo urge...parece contraditório mas não é.
Não acredito no acaso, e acho que não foi por acaso que vim aqui parar e li este su poema que fala da saudade de alguem que partiu.
Eu ando a escrever uma longa história, e o ultimo excerto fala de tempo de recomeçar... sentirme-ia honrada se lê-se. Eu apesar de mais nova sei de solidão, sei de sentimentos, sei de amor, sei de saudade de quem partiu... li-o com o coração e tambem com apreciação literária.
É um verdadeiro poeta... tem a alma e o coração entregue a cada letra.
Voltarei aqui e aguardo uma visita sua.
Isabel
Gostei muito de ter lido esta nostalgia de um Outono...Um beijo.
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