1.03.2007

AMAR-TE É COMO...


Amar-te é como ir pela manhã

A uma roseira em flor

e recolher

A mais pura, a mais fresca,
a mais louçã

Das perfumadas rosas que tiver;

Ou como, a rir, morder uma romã

Ou a sonhar colher um malmequer ...


É como caminhar por uma estrada

novinha ... ainda por inaugurar

E desenhar os pés descalços na geada,

De leve, para não a macular.

E é prosseguir assim a caminhada

sem destino ... nem pressa de chegar ...


É, numa vinha, à hora do sol-pôr,

Espremer um cacho de uvas sazonado

E embriagar-me depois com o licor

Delicioso do vinho derramado

A chiar no barro cheio de frescor

Da taça esguia do teu corpo amado

17 Comments:

Blogger Maria said...

António
Sim, acho que o amor é tudo isto, e muito mais, muito mais...
Gostei do poema

Um abraço e bom ano de 2007

03 janeiro, 2007 02:28  
Anonymous Anónimo said...

Olá Antonio, irei comentar as palavras apenas, que gostei, são sensuais e amorosas. mas sabes que mais? não gosto de ver imagens de mulheres nuas nos blogs, acho graça a facilidade como todos o fazem,isto é tornar o corpo de uma mulher uma coisa vulgar e quando são perfeitos ainda é pior o efeito nas mulheres, que só sonham com estas imagens, em vez de gostarem delas proprias como são, se é que me faço entender! mas se eu publicasse imagens de homens nús pefeitos isso já seria outra coisa não concorda meu caro amigo?sofia

03 janeiro, 2007 11:14  
Blogger António Melenas said...

Olá Sofia,
Concordo, sim senhora. mas repara que eu, as duas ou três vezes que ilustrei um poema com a figura feminina, fi-lo sempre com uma uma conhecida obrade arte, "As três Graças", um nu de Modlgiani e esta de hoje que é uma estilização apenas. Nunca poria aqui uma brasa de calendário.
Mas compreendo o teu ponto de vista

03 janeiro, 2007 12:41  
Blogger Isabel said...

Lindo.
Como tudo o que escreves.
Tocante.
Como tudo o que escreves.

Desta vez entra a pureza e a ousadia.
Gosto.
Gosto até da mulher nua contrastando com alguma pureza ou até inocência nas palavras.

Sou uma amante de contrastes.

É bom estar de volta.

Ter voltado a escrever.

Ter vindo ler-te.

Obrigada pelo momento.

Isabel

03 janeiro, 2007 18:48  
Blogger Licínia Quitério said...

Um belo, belo poema de amor. Claro que o amor não é só isto. Mas é também (e muito) isto.Tinhas estes escritos na gaveta? Isso não se faz. Qe bom haver a blogosfera. Que bom conhecer-te.
Beijinho.

03 janeiro, 2007 21:51  
Blogger António Melenas said...

Bem podes dize-lo, Licínia
Não fora a bendita blogosfera e os meus modestos escritos morreriam na gaveta (roidos pela traça, sei lá). Não é que o mundo perdesse grande coisa com isso, mas eu,perdia certamente esta oportunidade de conhecer pessoas que, como tu, têm algo para dizer e para partilhar e com generosidade o fazem
Beijinho

03 janeiro, 2007 22:14  
Blogger ROADRUNNER said...

Uma excelente forma de começar o ano.
Saudações e um óptimo 2007!

03 janeiro, 2007 22:23  
Blogger Menina Marota said...

Gosto de ler a tua poesia, tão cheia de sensibilidade...
Um abraço e bom 2007 ;)

04 janeiro, 2007 16:57  
Blogger Maria Carvalho said...

Adorável!! Delicioso! Adoro o poema. Beijos meus.

04 janeiro, 2007 18:44  
Blogger LurdesMartins said...

António, é lindo, lindo, lindo!!!!!
E se alguém me escrevesse uma coisa assim tão linda?!?!? Seria amor concerteza.
Ai, ai....
Beijinhos

04 janeiro, 2007 23:26  
Anonymous Anónimo said...

Caro António: Passei para ver como ia o Ano Novo, e com agrado constato que a qualidade é a de sempre, igual ao ano anterior, sendo imprescindível vir aqui. Resta desejar Bom Ano e óptima semana, e já agora, faça o favor de ser feliz.

05 janeiro, 2007 19:31  
Blogger Ana Prado said...

Meu amigo, apesar de em silêncio tenho passado por aqui, foi asim que conheci a sua tia Beatriz, o "avô" Guerra Junqueiro e agora este ensaio sobre o amor. É muito bom passar por cá.

Deixo um abraço e votos de um óptimo ano.

05 janeiro, 2007 19:37  
Blogger Manuel Veiga said...

um poema refrescante como uma manhã de orvalho. saboroso como uma romã saboreada bago a bago...

excelente. abraços

06 janeiro, 2007 19:50  
Blogger Maria said...

Porque mudaste a fotografia?
LOL

Bom fds

07 janeiro, 2007 02:53  
Blogger MEHC said...

Olá, António! Cheguei hoje aqui por uma diga do Roadrunner, e não é que encontro um blogueiro mais próximo da minha geração do que os restantes? Muito bem! Parabéns pelo blog (ou são 2?)e, já agora, parabéns pelo poema.Vou andar mais por aí, para conhecer melhor os 'Escritos Outonais'.
Eu também já cheguei ao outono...
Um abraço da Madeira.

07 janeiro, 2007 22:28  
Blogger lena said...

António meu doce amigo, tu sim embriagas quem te lê

a tua sensibilidade é tanta que transborda em cada verso teu

as tuas palavras na minha cabana, foram lindas, mas o mérito foi mais do Luís Gaspar que disse tão bem, como já é seu hábito, eu fui uma ponta de um alfinete em tudo o que aconteceu

virei sempre ler-te, virei sempre deliciar-me com as tuas partilhas, muitas vezes sem me sentires talvez, mas estou aqui e consigo sentir-te

excelente este teu poema, toca-me deliciosamente

abraço-te sempre com uma enorme ternura e fica um beijo meu

lena

09 janeiro, 2007 13:34  
Blogger Codinome Beija-Flor said...

Antonio,

Parabéns seu blog e maravilhoso.
Um abraço

10 janeiro, 2007 18:05  

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