A MINHA TIA BEATRIZ
De graça, e ainda por cima com a bênção de deus, que foi para isso que, segunda preceitua a santa madre Igreja, se inventou o matrimónio.
O resultado via-se nove meses depois. Mas já que tinha que ser, ao menos que fossem rapazes, que sempre ajudavam na lavoura e na economia doméstica. As raparigas tinham pouca utilidade e ainda por cima, para as empandeirar era preciso arranjar-lhes um dote. Lembro-me de ouvir dizer, em garoto: “a mulher com o seu dote e o homem com o seu capote".
O capote e a virilidade, bem entendido.
Assim, quando a minha avó Ermelinda do Espírito Santo, naquela madrugada de 12 de Agosto 1897, na aldeia de Maçores do Concelho de Torre Moncorvo, deu à luz aquela que viria a ser minha tia e a quem seria posto o nome de Beatriz, o meu avô António Joaquim Melenas, não foi de certeza o homem mais feliz do mundo. Mas a avó Ermelinda, certamente não terá desgostado. Já tinham um rapaz, António como o pai, e aquela menina, rechonchudinha e linda que era, ia por certo adoçar o coração do marido. Que remédio.
Mas não se ficou por ali o casal Melenas. Não sei se houve outro pelo meio - que nessa altura, a mortalidade infantil nas aldeias era uma praga - mas o certo é que, o dia 1 de Janeiro de 1900, o primeiro do século XX, os presenteou com mais um rapaz, a quem foi posto o nome de Manuel, e dois anos passados, em 20 de Abril de 1902, veio mais uma menina, a que chamaram Amélia do Espírito Santo, e que viria a ser minha mãe. Isto é, um rapaz uma menina, outro rapaz, outra menina… boa programação a dos avós Melenas, assim a modos de um concertado planeamento familiar avant la lettre.
Não tardou muito tempo, talvez outros dois anos, e a avó Ermelinda, voltou a engravidar, que a fábrica de nenés era de laboração contínua, além de ser uma questão de honra não deixar esfriar o ritmo de produção. Infelizmente as coisas correram mal e a nossa pobre avó morreu no trabalho de parto e com ela o bebé. Ali ficou o avô António, víúvo, novo ainda, na força de vida, com quatro crianças, a mais velha com uns nove anos e a mais nova com dois, talvez, sem saber como cuidar delas nem que destino dar à sua vida.
Claro que, jovem e fogoso como era, depressa resolveu o problema, arranjando outra companheira que lhe aquecesse os pés nas noites geladas e lhe tomasse conta da casa e dos raparigos – expressão pitoresca com que lá na terra se designa a garotada
Parece que esta nova companheira e madrasta dos filhos, justificando a má fama e algum proveito que persegue tal espécie parental desde que se inventou a história da gata borralheira, não se portou lá muito bem com os cachopos. Aí. o avô Melenas, que era homem de carácter e barba rija, quando lhe pareceu que a rispidez com que os tratava ia além da conta, esqueceu o jeito que lhe dava o corpo da mulher na cama, pegou-lhe num braço e pô-la no olho da rua – olho misterioso, este, que nunca vi nem nunca consegui me dissessem em que exacto sítio da rua se situa. Sei apenas que deve ser um local onde ninguém gosta de ser posto e assim aconteceu com esta pouco recomendável madrasta. A sua reacção não interessa porém ao desenvolvimento dos factos que venho narrando e por isso passo adiante.
Infelizmente pouco mais viveu, o avô. Terá sido da friagem dos pés, agora sem a quentura da mulher repudiada, ou do trabalho excessivo na labuta para prover o sustento da prole, o certo é que apanhou uma pneumonia que não tardou muito a levá-lo. Já nem ouso dizer “desta para melhor”, senão lá vinha a tentação de introduzir um aparte (“mas qual melhor, qual carapuça, quando é que ir para baixo dos torrões é ir para uma vida melhor”), por isso, cala-te boca e por aqui me fico. Levou-o e pronto. Bem novo ainda, aliás.
Ora isto aconteceu, segundo minha mãe me contava, tinha ela uns sete anos. Logo, a Beatriz tinha doze, o Manuel tinha dez e o António teria uns catorze ou quinze. Digo teria, porque não sei exactamente quando este nasceu, e infelizmente já não tenho ninguém a quem perguntar. Minha mãe, como já contei numa crónica que especialmente lhe dediquei, sendo a mais novinha, foi levada para casa de uns primos que moravam em Moncorvo mas tinham também casa no Porto, onde passavam largas temporadas. Os outros irmãos lá se iam arranjando, porventura trabalhado onde calhava, nas suas parcas terras ou à jorna por contra de outros, de acordo com as suas possibilidades.
Em 1914,
Efectivamente, não havendo outro meio de ganhar a vida senão trabalhando no campo e mesmo assim só encontrando trabalho, quando os homens o rejeitavam e quando algum conseguia era em tarefas sazonais, como a apanha da azeitona, a apanha e partida da amêndoa, a monda ou a ceifa – tudo trabalhos de pequena duração e, obviamente mal remunerados. Que faria ali, pois, que nem ler sabia – nem ela nem a irmã, pois naquele tempo não se cuidava de ensinar as moças a ler e nem havia sequer escolas para raparigas? Assim, nem hesitou. Inscreveu-se, arranjou, de empréstimo. certamente, o dinheiro necessário e aí foi ela, juntamente com outras pessoas das aldeias vizinhas, rumo aos Estados Unidos, numa daquelas viagens intermináveis, horríveis, que só quem já viu filmes da época faz ideia de como eram transportados os magotes de emigrantes assim arrebanhados.
Quem não se conformou com a sua partida foi um jovem da aldeia com o qual namoriscava, chamado Francisco mas conhecido por Cochano (“Cutchano” na cerrada pronuncia local. Curiosamente este Francisco tinha exactamente a sua idade, pois nascera no mesmo dia, mês e ano que ela – o que, numa aldeia tão escassamente povoada, era um coincidência notável. O moço que, pelos vistos não tão corajoso como ela, senão tinha-a acompanhado na aventura, porque era de uma autêntica aventura que se tratava, não se conformava em perde-la e à partida gritava-lhe desesperado “vais-te embora, Beatriz mas hás-de voltar, catancho, e inda me hei-de casar contigo”.
Teve sorte a jovem Beatriz, pois pelo menos não foi burlada pelos engajadores. Na verdade, tinha trabalho à espera numa fábrica têxtil na pequena cidade de Fall-River, no Estado de Massachusetts, não longe de Nova Iorque. Quis o destino que, logo à chegada, encontrasse o Júlio, um conterrâneo - mais uma coincidência - que muito a ajudou na adaptação ao trabalho e aos costumes da terra. Casaram pouco tempo depois, provavelmente para maior facilidade na legalização da sua situação de emigrantes.
Foram tempos, felizes aqueles, apesar do muito trabalho e da estranheza que lhe causavam todos os costumes daquela terra tão diferente da sua aldeia. A língua nem era grande problema, pois grande parte dos habitantes e dos comerciantes da cidade eram portugueses.
Embora novo ainda, o Júlio, que por sinal julgo seria ainda seu primo afastado, tinha, contudo, o dobro da idade de Beatriz - 34 anos, portanto - mas era alfabetizado, tinha vivido anteriormente no Brasil, tocava bandolim para ela, tinha modos educados, era atencioso e meigo com a mulher e tudo parecia prometer um futuro risonho para o casal. Pouco depois tiveram um filho a quem puseram o nome de Manuel, com notícia do evento anunciada mesmo no jornal local. Uma vida bonita, enfim.
Era sorte de mais para a jovem emigrante. Não tardou que o marido começasse a dar sinais de perturbações do foro psíquico que levaram a que, o homem amável e generoso que era, se fosse transformando em doente violento e agressivo.
A crença de que os ares e o tranquilo ambiente da terra natal poderiam eventualmente acalmar o doente e sanear uma situação que, julgavam, não seria mais do que simples stress (palavra que hoje está muito na moda, mas que nenhum deles conhecia certamente) levou-os a pegar nas trouxas e no filho e regressarem à aldeia de onde tinham partido em busca de uma vida melhor, tão pobres como antes, sendo o pouco dinheiro que haviam amealhado gasto na viagem de regresso.
Baldado esforço. Durante a longa viagem (de barco, obviamente) o seu estado de saúde agravou-se de forma irremediável, acabando meses mais tarde por ter um fim trágico, originado precisamente pela sua insanidade mental. Quarenta anos teria, por essa altura. Para todo o resto da sua vida, Beatriz havia de lamentar amargamente ter deixado a terra de promissão – que assim se lhe afiguravam os felizes e breves anos passados em terras do Tio Sam.
Ali estava ela, de novo, viúva, com apenas 21 anos, sem profissão, restando-lhe apenas o duro trabalho do campo onde pudesse ganhar o sustento dela e do filho. Jovem, desimpedida e com estatuto de regressada do estrangeiro - o que sempre constitui uma mais valia apreciável - os rapazes da terra, que não eram muitos, não lhe davam descanso com propostas de casamento.
Acabou por aceitar e casar com um deles. Com quem, com quem? Já adivinharam, claro. Nem mais nem menos que com o Francisco, aliás Cochano, que jurara três anos antes que “inda havia de casar com ela, catancho”. Que belo fim para uma bonita história de amor, pensará você que me está lendo E não era? Pois era, mas a vida não é assim, caro leitor. A vida dura naquela aldeia e naquele tempo, com os seus invernos rigorosos, as casas de xisto não rebocadas nem por dentro nem por fora, os porcos a fossarem nas ruas diante das casas e à noite a dormirem com os donos, a falta de instrução e de trabalho, a luta pela subsistência não eram de molde a proporcionar bons fins a histórias de amor.
Tendo agora um novo marido, uma tia que morava afastada do povoado e se dedicava à criação de ovelhas tomou a seu cargo a criação do filho do primeiro casamento - que por sinal revelou sempre algum desequilíbrio herdado possivelmente do sangue do pai – a fim de que o novo casal pudesse trabalhar e organizar a sua vida. Pouco tempo depois, corria o ano de 1920 nasceu-lhes o primeiro filho, uma menina a que puseram o nome de Rosa, dois anos mais tarde, nova filha - a Ermelinda, curiosamente no mesmíssimo dia (29 de Junho de 1922) em que nasceu o primeiro filho de sua irmã (a minha mãe) que entretanto casara e voltara também a morar na aldeia. Mais uma coincidência! Duas irmãs, num aglomerado populacional tão restrito, darem à luz no mesmo dia é uma coincidência rara, há que admitir.
O caso é que a falta de trabalho na região obrigou o Cochano a emigrar para França em busca de um ganha-pão que lhe afiançavam ser fácil de encontrar naquele país. Por lá andou três ou quatro anos, sem nunca mandar notícias, tendo a pobre Beatriz de se desenrascar sozinha com as duas crianças. Um belo dia voltou o marido fez-lhe mais um filho, aliás mais uma filha, que nasceu no ano da graça de 1927 e à qual foi posto o nome de Lucinda e ala que aí vai ele de novo para França, em busca, pensava ele, do que não tinha encontrado antes.
Ainda escreveu uma vez ou duas, mandou alguns francos, dizendo que viria cá no Natal de 1931, promessa que parece não ter cumprido, e a partir daí levou sumiço. Nunca mais escreveu, nunca mais mandou recado, ninguém soube dar notícias dele, tendo sido baldadas todas as démarches (démarches, digo eu agora que não toco piano mas falo francês) que nesse sentido se fizeram. Para todos efeitos foi dado como morto pela mulher e pelas filhas e pela aldeia
Conjecturas maldosas à parte (quem sabe as passas do algarve que o homem terá passado - estrangeiro, num país em guerra e ocupado pelas hordas nazis!) o certo é que, tal como tinha sumido, doente e pobre como Job, ele veio a aparecer, finalmente, mesmo à beirinha do fim da década de cinquenta, em casa de um parente, numa aldeia próxima (que não na nossa). Faleceu em 1962 com 65 anos de idade. Ainda perguntou pela família, mas entretanto já Beatriz e as filhas tinham partido para o Brasil, Rio de Janeiro, onde fixaram residência.
Mas isso é só lá para a frente, que a história da minha tia Beatriz tem mais que contar. Tínhamos ficado em 1927, quando nasceu a sua última filha, a Lucinda e o salto que dei na narrativa destinou-se apenas a encerrar o capítulo do marido desaparecido. Agora, uma vez morto e enterrado voltemos à aldeia e ao ano em que ficámos.
Por essa altura já minha mãe tinha dado à luz mais dois filhos que morreram antes de perfazerem um ano e em 1929 foi a minha vez de aumentar a população portuguesa em cujo numerário ainda vou figurando, e de que faço prova de vida relatando estes acontecimentos. Não sei se da forma mais clara o faço, mas é do geito que sei e com os conhecimentos de que disponho.
Em 1932 lá veio outro rapaz, o Diamantino que, felizmente ainda por cá anda também. E, com este _ mercê da jamais desmerecida aplicação de meu pai no cumprimento dos seus deveres conjugais e confirmando o que comecei por vos dizer acerca das longas e geladas noites da aldeia e decorrentes consequências no aumento do seu índice demográfico - já lá vão cinco partos.
Ora, se a vida de Beatriz não era boa sem a ajuda de um marido a de minha mãe com marido e tudo não era melhor, uma vez que o meu pai não encontrava trabalho na sua profissão de sapateiro e - menino da vila que era - o uso da enxada não ia bem com o seu tom de pele.
Daí que, em desespero de causa, a família se visse obrigada a tomar o caminho do exílio, dentro do país, é certo, mas exílio amargo mesmo assim. Primeiro veio o pai, para desbravar caminho (que não desbravou coisa nenhuma) e passados uns largos meses, minha mãe, não se fiando que não lhe viesse a acontecer o mesmo que à irmã, pegou nos três filhos e aí veio ela por aí abaixo em direcção a uma Lisboa que, afinal dava pelo estranho nome de Moscavide, onde chegou, “com armas e bagagens”, esperar-se-ia que eu dissesse, só que não havia armas nem bagagens nem coisa nenhuma dessas que só servem para arredondar a prosa enfeitar os romances, tendo isso acontecido no dia 5 de Maio de 1934. Mas tudo isto, e com mais pormenores, já eu contei na história de minha mãe.
A verdade, porém, é que por alturas de 1936, em plena guerra civil espanhola, com o irmão António emigrado no Brasil, o Manuel em Moçambique e a Amélia em Lisboa, a tia Beatriz, que tão novinha atravessara o Atlântico rumo às Américas com o triste desenlace que tive ocasião de relatar era, agora, a única dos quatro irmãos que permanecia na aldeia, sem marido, e sem saber que destino dar à sua desprotegida prole.
Vai daí, resolveu seguir os passos da irmã, trocando os ásperos fraguedos da aldeia pela esperança de uma vida melhor em Lisboa. Em vão minha mãe tentou dissuadi-la, dizendo-lhe que era asneira, que cá por Lisboa as coisas estavam também muito más, que se vivia uma grande crise... Minha mãe sempre se queixava da crise e com tal insistência e tal acrimónia, que eu cheguei a ter verdadeiro ódio a essa malvada dessa dona Crise, que eu não fazia ideia de quem fosse ou o quer que fosse, mas que nos lixava a vida a torto e a direito.
Ignorando as advertências de minha mãe (e vistas as coisas à distância, foi o melhor que ela fez) um belo dia desse ano de 1936 Beatriz e as três filhas, Rosa, com 16 anos, Ermelinda, com 14 e Lucinda com 10, praticamente com a roupa que traziam no corpo e uma pequena trouxa com mais uns escassos adereços, apareceram-nos em casa, dispostas a morarem connosco até arranjarem onde pudessem ganhar a vida.
Imagine-se a situação! Aos cinco membros da família, (aliás seis, pois entretanto, menos de uma ano depois da nossa chegada a Moscavide, já mais um rapaz – o Lau - tinha vindo aumentar o contingente familiar) juntar agora mais quatro mulheres num espaço tão exíguo e tão falho de condições. “Tudo ao molho e fé em deus” é uma expressão que não caracteriza bem a situação que passou a viver-se na minha casa., pois se “tudo ao molho” era uma realidade a fé em deus era muito reduzida e grande a desesperança que se instalou.
Nem sou capaz de me lembrar exactamente como se resolveu o problema das dormidas, tantos eram os corpos e tão pouco o espaço para se deitarem. Julgo que os meus pais dormiam na cama com os dois filhos mais pequenos, a minha tia e as duas filhas mais velhas partilhavam a mesma cama, no chão, e era também no chão que eu dormia com a Lucinda, apenas dois anos mais velha que eu
Rosa, Beatriz, Ermelinda e Lucinda
Felizmente, elas eram todas muito batalhadoras e desenrascadas e poucos meses depois as mais velhas estavam todas a trabalhar, como criadas (naquele tempo qualquer família da classe média tinha criada) tendo arranjado uma casinha para morarem, perto de nós.
A Ermelinda, por exemplo, lembro-me que arranjou logo trabalho em casa da família do dono do cinema local.
Não tardou muito tempo que se mudassem para Lisboa e meia dúzia de anos depois parecia que sempre cá tinham vivido - as moças perfeitamente citadinas, bonitas, elegantes, perfeitamente integradas. Um caso notável de capacidade de adaptação, diga-se.
Em 1957, como já referi, poucos dias depois de participarem no meu casamento lá foram então para o Brasil – Rio de Janeiro – a tia Beatriz, sua filha, Rosa e a neta Maria de Lurdes, a fim de se juntarem à filha Ermelinda, a mais dinâmica das irmãs, já ali estabelecida havia uns anos. Só a Lucinda, a mais nova, não partiu, porque, infelizmente já em 1953, com 26 anos apenas, mas casada e com um filho, tinha empreendido a sua própria viagem – aquela de que não mais se regressa. Quem por cá ficou também foi o Manuel, filho do primeiro casamento, mas esse era o patinho feio… e nem ele queria ter ido.
- - -
Foi no Brasil que Beatriz acabou os seus dias, após uma longa vida, numa merecida calma e tranquila velhice, gozando até ao fim (e bem) as delícias do sol, das areias e do mar de Copacabana.
Tinha 92 anos quando faleceu. Para trás, lá muito para trás, tinham ficado os dois maridos, os irmãos António, Manuel e Amélia, a doce Rosa, a frenética Ermelinda, a fugaz Lucinda e o patinho feio, Manuel.
Era uma figura a minha tia Beatriz! Decidida, voluntariosa, retorcida, por vezes, que nem um arroche, mas uma figura.
Lá vive ainda, na cidade do Rio de Janeiro, a neta Maria de Lurdes, e com a qual me correspondo com frequência. Tem duas filhas, um filho e três netos. A
Rio de Janeiro, 2005.
A prima Milu (neta de Beatriz)
e Janisa sua filha mais nova
_______
14-12-2006
15 Comments:
são historias assim que eu gosto, mas isso já tu sabes não é? bem que já me tinha apercebido que vinha aí uma grande historia pois o silêncio demorava... e já agora deixo o meu novo cantinho, espero que gostes também, bjs e até breve sofia
Gostei de ler. Bom fim de semana.
Até quando vai durar impunemente esta porca vergonha e se irá meter a Igreja católica na sacristia?
Josefa Pacheca Pereira
Querido amigo António, estou boquiaberta!!!! A sério!
Já tinha visto vários comentários seus no blog da Sofia (que apenas conheço daí, mas que adoro como se realmente a conhecesse)mas nunca tinha vindo coscuvilhar este canto... e o que eu tenho andado a perder!!!!
Mas vamos por partes.
Em primeiro lugar quero agradecer-lhe o trabalho e a amabilidade relativamente a me ensinar a forma de assinar os meus comentários na nova versão do blogger.
Depois dizer-lhe que passei a admirá-lo logo após a leitura deste post (garanto-lhe que o vou ler para trás), pela sua idade, permita-me dizê-lo, que é uma linda capicua (a minha é bastante menor feita com o algarismo 3), pela forma como escreve, pelas fantásticas histórias que deve ter para contar (a ver por esta) e ainda por saber que temos raízes, geograficamente falando, próximas. Nasci em Alfândega da Fé, num tempo bem melhor que o aqui descreve (que eu também ouvia da boca dos meus avós e ainda dos meus pais), cresci numa das aldeias do concelho, Sambade, vim estudar para o Porto e por aqui fiquei em Matosinhos.
O meu pai é do concelho de Vila Flor, de Lodões mais concretamente e encantou-se por uma serrana (Serra de Bornes), a minha mãe. Também eles têm irmãos no estrangeiro, que felizmente eu já pude conhecer. Nós somos sete irmãos e os meus pais andaram durante vinte anos a ter filhos, eu sou a segunda mais nova!
Mas isso agora não interessa nada...
Resumindo:
António, ganhou por mérito, um lugar nas minhas cusquices!
Não me leve a mal, mas lembrei-me do meu avô António que também me contava destas histórias reais que mais pareciam, aos meus olhos, inventadas por ele mas que eu adorava ouvir!
E catancho é uma palavra que eu ainda ouço muitas vezes!!!!
Beijinhos
Olá António
Embora com ligeiro atraso não quero de deixar de te dizer que juntaste mais uma pérola ás que já estão nos Outonais, com a história da tua Tia Beatriz !
Que saga ! Naquela época, com fracos meios, vinda dum ambiente rural, o seu percurso na vida até dava para um filme ! Que mulher, António ! Mereceu bem o descanso e a paz de que gozou na fase final da sua vida.
E já agora permite que te diga que continuas com uma memória "do caraças" !
Um abraço.
Xico
A esta hora pensei, bom, vou dar uma passagem pelos escritos outonais.
Uma passagem... mas que passagem! Foi começar a ler e não conseguir parar...
Linda a história da tua tia Beatriz. E de toda a família. Era assim, naquele tempo...
Gostei mt da história e da maneira como está contada.
Parabéns!
Maria
02.02 AM
Passei para desejar boa semana preparatória do Natal e apreciar este sempre interessante blogue, atraente pela qualidade e desvelo inerente. Cada vez mais aprecio imenso este saber contar de tantas e maravilhosas histórias, de um profundo sentido da vida. Parabéns e voltarei breve.
...e digam-me lá se pode ou não CONTAR-SE o fado?! :-D
Abraço!
Diniz
Espantosa história de uma vida, relatada maravilhosamente pelas tuas palavras!! Adorei ter lido. Obrigada. Muitos beijos.
Deixo um abraço e votos de Boas Festas para ti e toda os que amas.
Gostava de te poder contactar, mas não descubro o teu email...
Oiço-te a contar as histórias. A tua escrita tem uma mágica de oralidade. Deves ser um conversador emérito.
Beijinhos.
Caro António: sou minhoto, natural do concelho de Paredes de Coura, e por isso tenho seis blogues sobre diversas valência da minha adorada terra. A minha esposa, essa, é transmontana, natural de Carvalho de Egas, no concelho de Vila Flor, onde os meus filhos têm, ainda, grande proximidade e afectividade. Desse enquadramento nasceu este blogue dedicado a Vila Flor, apesar de não viveremos lá, em Trás-os-Montes. Grato pela sua sempre interessante e apreciada presença.
Mais uma be´lissima história, na tradição do que nos tem habituado.
Já pensou em escrever um livro de memórias, uma autobigrafia, qualquer coisa do estilo? Era capaz de valer a pena...
Saudações!
Caro amigo António
Gostei de o receber no "dentrodetioleiria" para se falar de Acácio de Paiva e de Luís Gaspar, cada um na sua época, na sua inspiração própria mas chegada, ambos de dotes excepcionais.
Quanto a esta sua intervenção na Net, nem sei como me expressar. Simplesmente fantástica a maneira como consegue partilhar com todos nós, quantos ilustres desconhecidos, mas que, bem vistas as cisas, nós precisamos é disto mesmo. Conhecermo-nos o mais que pudermos, seja duma forma explícita seja ela sugestão das nossas palavras e imagens que vamos deixando a vogar neste mar de gentes, de lugares, de credos.
Quanta informação e quanta emoção não nos é transmitida!
Parabéns, caro António Melenas.
Sem dúvida, para mim, o meu amigo vai passar a ser uma visita obrigatória a partir de agora.
O link para o seu blogue (ainda tenho que vir aqui com mais vagar)vou colocá-lo no meu "dispersamente".
Um BOM NATAL e um FELIZ ANO DE 2007.
A idade, que bela é a IDADE das pessoas!...
Este comentário foi removido pelo autor.
tónio: faz um ano que te leio no meu silèncio "histórias" de vida tão verdadeiras, idênticas a outras, porém as tuas sempre tão bem descritas que me envolvem em muitos momentos, talvez por ter nascido em África, talvez por o meu pai ter sido ferroviário, talvez porque consegues tocar quem te lê... depois temos a tua poesia, essa encantou-me sempre, cada poema por ti postado tem o envolvimento de sentimentos e momentos emocionais geridos com muita ternura por tudo o que aqui li, resta-me dizer-te obrigada! quero continuar a ler-te no meu silêncio muitos mais anos, aproveito para te desejar o melhor natal possível, o natal que desejas o ano que em breve vai chegar até nós, seja dia após dia repleto de muita felicidade, alegrias e com saúde, para ti e todos os que te são próximos continua a dar-nos as tuas lições de vida, verdadeiramente extraordinárias.
Um beijo meu e abraço-te com carinho
Lena
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