4.08.2006

SONHO ANTIGO



Para si, especialmente, que gosta de vasculhar o meu baú de velharias (e que outra coisa poderá ele conter!) vai encontrar hoje aqui um soneto que fiz há 56 anos. Uma vida.
Faz sentido que ele apareça a seguir o ultimo texto “O mês de Abril” pois tem a ver com a primeira carta de amor a que ele se refere
........

Sonho antigo

Foi por ti que esperei, fada encantada
Que em sonhos de criança idealizei;
Foi a ti que em meus versos arrulhei
Requebros tristes d’alma apaixonada

Foi para ti só que conservei
Esta fúria de amar em mim guardada;
A ti pertence, pois, idolatrada
Realização dos sonhos que sonhei

Deixa-me olhar teus olhos de encantar,

Aconchegar-te ao peito e escutar
A música dos teus lábios divinais,

E deixa que em mil beijos se traduza
Esta paixão ardente, linda musa,
Que em meu peito não pode caber mais!

1950

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Muito bonito! Ao todo, ao todo há há material que dava para um livro, não há? Seria um sonho a ver realizado.

08 abril, 2006 19:05  
Anonymous Anónimo said...

António

Julgava que a tua veia poética era coisa relativamente recente, mas este teu soneto vem demonstrar que tem pelo menos 55 anos !
Como já em tempos te disse,para mim, boa poesia é aquela que me soa bem ao ouvido. E este soneto soa lindamente !
Podias metê-lo na Truca.
Vê lá se encontras mais coisas destas no baú !
Xico.

09 abril, 2006 03:55  
Blogger António Melenas said...

Obrigado ò Xico, jovem do meu tempo
Pois é, a minha veia versejante (não me atrevo a dizer poética)tem até mais de 6o anos. E quanto à Truca não sou eu que meto, é a Truca que escolhe.
Um abraço

09 abril, 2006 10:06  
Blogger Ricardo Pereira said...

estou com o xico quando diz que boa poesia é aquela que nos soa bem ao ouvido...mas sempre me apreceu que tivesss um talento nato para a escrita e não uma coisa recente. um abraço.

09 abril, 2006 17:40  
Blogger Cantar ao Sol e à Lua said...

António... continuam as surpresas dessa alma sensível e gentil. Revelações de uma vida intensa e apaixonada,... uma vida plena de experiências bem guardadas e bem conservadas nesse seu baú,tão especial, que neste Abril decidiu abrir e connosco partilhar.
E depois é como diz o seu amigo Xico: «A boa poesia é aquela que soa bem ao ouvido.» Ora, neste caso ela soa lindamente.
Abraços

09 abril, 2006 22:43  

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