2.25.2006

CANTiGA DE EsCÁRNiO E MALdIZER

Estes versos foram feitos para (mais)
um jantar anual com colegas da CP
Para assinalar 17º ano da minha reforma

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Qué mala suerte

Oh povo mais desgraçado!
Que triste é nosso fadário
Todos adoram Jesus
Mas só a nós cabe a cruz
Que levamos ao calvário

Se há guerra,. “toca a lutar!”,
Gritam os chefes, à uma,
Mas não são os generais
Nem outros tantos que tais
Que lutam, porra nenhuma!

Mandam apertar o cinto
Quando a crise se acentua
Mas nos cintos dos patrões,
Ministros e outros vilões.
O furo nunca recua

O manda-chuva actual
Tanta coisa prometeu
Antes de ir p’rò poleiro
E afinal só nos f….
Que grande pantomineiro!

Mas ò que sorte malvada
Depois de um mal, outro vem
E se é mau o de São Bento
Já aí vem tomar assento
Um seu clone, em Belém

Eles são Dupond & Dupont
Se um diz mata, outro diz esfola
Unidos pela mesquinhez,
Vão pôr o povo, de vez,
Na rua, a pedir esmola

P’ra tão sinistras figuras
Só espero que o povo, aflito
Perante tal ameaça
Dê um ar da sua graça
E faça aos dois um manguito

E se alguém não se lembrar
De como se faz o dito,
Faço questão de ensinar
É assim, reparem nisto:
Mão esquerda em braço direito,
Erguido, bem a preceito,:
E dizer, tomem lá disto!
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Restaurante “O POTE”, 24-2-2006

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Manguito não farei porque sou dos que gostam do homem que já lá está, faz um ano. Não confundir com o outro que ainda não chegou.
Não faço manguito,
repito
mas gosto da versalhada.
LG

25 fevereiro, 2006 23:53  
Blogger António Melenas said...

Os manguitos, na poesia de escárnio, nas revistas, nos stand-up, são sempre para quem é poder Dos outros não teria graça

26 fevereiro, 2006 09:49  
Blogger Cantar ao Sol e à Lua said...

Só um pequeno comentário... Que oportuna e que actual encontramos esta "Cantiga de Escárnio e Maldizer".
Mais um obrigado a este homem, a esta caixa se surpresas, que nestas páginas se expõe.
Abraços

28 fevereiro, 2006 04:32  
Anonymous Anónimo said...

Meu caro amigo não só um manguito mas a exposição altaneira do dedo médio da mão. Dos dois que o amigo fala no seu poema venha o diabo e escolha o pior é que nós não os escolhemos e temos de os gramar. Só espero é que o povo abra os olhos e de uma vez por todas arrepie caminho e veja bem quem os defende.

22 março, 2006 02:14  
Anonymous Anónimo said...

Belíssimo! Simplesmente belíssimo este espaço.
Que viva a liberdade de expressão e que se dane de vez o "políticamente correcto" que nos tece a trama tramada dia a dia.

05 agosto, 2006 00:33  

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