4.23.2007

PERDOAI-ME, SENHORA


A seguir à Teresinha e antes da Maria
(esta sim o primeiro namoro a sério)
passei por uma fase de amor grandiloquente
- essencialmente literário, diga-se-
infuenciado que estava pela leitura dos grandes
românticos e clássicos da literatura universal

Eis um exemplo:
Um soneto dedicado a uma dama
algo menos jovem do que eu
- fase clássica dos iniciáticos amores juvenis .

PERDOAI-ME, SENHORA


Perdoai-me, Senhora, esta loucura
Esta chama, este ardor que em mim mora
E escutai a voz que, súplice, implora
A luz de um vosso olhar, tão terna e pura

Só por vós palpita e a vós procura
Um pobre coração que, muito embora
Duro e frio pareça ser, por fora,
No fundo é só amor, só é ternura

Não vos direi meu nome! Ai, não!...
Pois que ele, para minha desventura,
P’ra vós não tem valor, é frio e vão

Quero que saibais só que,com loucura,
Há no mundo um terno coração

Que só por vós palpita e a vós procura

_____________________________

Veja também
"OS CRAVOS DE ABRIL"
no meu outro
blogue


____
Foto baixada do Google
Portrait of a women
Uffizi - 1512


24 Comments:

Blogger Cusco said...

Apesar de o teu post não estar relacionado com o tema do meu comentário não pude deixar de vir aqui agradecer. Agradecer todas as simpáticas palavras deixadas no meu cantinho e agradecer de outra forma. Deixo aqui uma cópia do comentário que deixei no blog da minha mana virtual: Isabel do BomdiaIsabel. Porque sei que tu mereces este comentário. Mas mereces mesmo!!!





Olá António. Venho desejar-te uma boa semana perfumada pelo cheiro da Liberdade de Abril. De certeza que viveste este dia em cheio, que o esperavas e aguardavas! Eu na altura era demasiado pequeno e no meio em que vivia o obscurantismo e a longa noite fascista tudo ofuscara, tudo cegara e amedrontara. Ninguém sabia o que se passava, ninguém sabia que a revolução cheirando a cravos chegara à rua. Por isso hoje, deixo-te aqui os parabéns, a ti e a todos que de alguma forma com as suas ideias, os seus protestos os seus pensamentos contribuíram para que este cheiro a Liberdade chegasse até nós e a esperança que as actuais gerações e as gerações vindouras consigam preservar e continuar a apreciar o que realmente significou ABRIL.
Um abraço e até breve!

23 abril, 2007 17:42  
Blogger Isabel said...

Amigo virei ler-te mais tarde.
Que saudades.
Vem ao meu sitio ler a pequena homenagem que lá te deixei.

E espero que já tenhas ido ao blog do Cusco ler o que ele deixou para nós dois.
Juntos de novo em algo bom.

Um grande enorme abraço.

Isabel

23 abril, 2007 18:24  
Blogger Pepe Luigi said...

Caro António Melenas,
Mais um bonito soneto somado a outros tantos que tens partilhado connosco.
Adivinho que estes versos encerrem um maravilhoso romance no qual foste protagonista.

Um abraço amigo
Pepe.

23 abril, 2007 23:17  
Blogger Ana Prado said...

Ah, António... é sempre um prazer renovado ler os seus textos. Não se trata de cordialidade, é mesmo o que sinto. Já não sei como vim parar ao seu blogue, mas agradeço o momento em que isso aconteceu.

Obrigada, meu amigo:)

24 abril, 2007 09:41  
Blogger Manuel Veiga said...

um soneto de enorme qualidade. perfeito na forma. excelente a cantar amores juvenis...

um abraço caloroso!

25 de Abril, Sempre!

24 abril, 2007 13:41  
Blogger vero said...

Olá boa tarde, descobri o seu blogue através do "Dispersamente" que costumo visitar, espero que não se incomode... Devo dizer-lhe que gostei imenso do seu blogue, admiro a forma como escreve. Fiquei encantada com o soneto " Vida Minha"!

Beijinhos
Vero.

24 abril, 2007 14:16  
Blogger sofialisboa said...

sempre romantico, sempre lindas as tuas palavras, já estava a estralhar o teu silêncio e cuidava da tua saude, vejo que melhoraste, ainda bem! sofialisboa

24 abril, 2007 14:22  
Blogger Teresa David said...

Gostei particularmente do estilo "trovadoresco" com o que poema foi escrito. Lindo!
Bjs
TD

24 abril, 2007 19:55  
Blogger Maria said...

Como gosto dos teus sonetos, António...
Ai estes amores, estes amores antigos...

Beijo

24 abril, 2007 20:07  
Blogger vero said...

Olá novamente,
por erro meu ao ler o seu comentário e mais alguns que eu tinha no meu blog, sem querer eliminei-os! :(
mas espero "vê-lo" por lá mais vezes, se puder.
Vou um link para o seu blog, espero que não se incomode, assim é mais fácil para vir aqui ao seu cantinho.
Muito obrigada pelas simpáticas palavras... Deixo-lhe um beijinho de boa noite.

24 abril, 2007 20:15  
Blogger Matvi. said...

Muy lindo soneto!
Como para memorizar y recitar en la janela de la amada.

24 abril, 2007 22:51  
Blogger Codinome Beija-Flor said...

António,
Com toda ADMIRAÇÃO E RESPEITO.
Eu fico pensando que Deus quando te fez percebeu que tinha lhe dado um coração "incomum", tinha lhe dado algo "mais", deu-lhe:

- sensibilidade
- capacidade de amar
- humildade
- fogo

Deu tanto para ti que faltou em grande quantidade na maioria dos homens.
Que você viva por 1000 anos assim... exatamente como é... cheio de verdadeiro amor.
Com muito respeito e toda admiração segue um grande abraço.

25 abril, 2007 03:11  
Anonymous Anónimo said...

Deixei-te um comentário há uns dias. Dizia que gosto de te ler, sempre. Ou mais ou menos com outras palavras. Beijos.

25 abril, 2007 12:35  
Blogger Eme said...

Perdoai Senhora.. :)
Sempre tão cavalheiro António, mas dize-me, se ela não caiu nos teus braços com palavras tão sublimes...
Bjs

25 abril, 2007 18:19  
Blogger Páginas Soltas said...

Um soneto de amor total!

Momentos deliciosos...que passo aqui, a ler o que escreves e o já escreveste em tempos!

Perante a grandiosidade desta escrita...sinto-me " pequenina"!

Beijo da

Maria

26 abril, 2007 01:16  
Anonymous Anónimo said...

perdoai-me senhor..
mas o que eu gosto deste homem,
não há palavras..
é muito amor.

26 abril, 2007 10:56  
Blogger sofialisboa said...

Olá Antonio gostava de te convidar a dar o teu testemunho para saber onde estavas no 25 de abril! aparece e escreve a tua escrita e memorias sofialisboa

26 abril, 2007 14:21  
Blogger Elsa Sequeira said...

Olá António!

Que bem que escrves, Lindo!
estava com saudades tuas!

Beijinhos!
:)

26 abril, 2007 21:25  
Blogger Menina Marota said...

Os amores... e a poesia. Lindo!
Um abraço carinhoso e bom fim de semana ;)

26 abril, 2007 23:34  
Blogger Espaços abertos.. said...

Poesia enamorada...

Bom fim de semana

Bjs Zita

27 abril, 2007 15:02  
Blogger Páginas Soltas said...

Meu querido amigo... venho ler-te novamente...
È sempre bo...ler e reler...

Desejo-te um Bom Domingo

Beijinhos da

Maria

29 abril, 2007 03:07  
Blogger Páginas Soltas said...

Já tinha lido o soneto... tornei a ler...uma maravilha!

Aproveito para desejar um Bom Domingo

Beijos da

Maria

29 abril, 2007 04:15  
Anonymous Anónimo said...

Mais um soneto de grande qualidade e sensibilidade, em quem tem alma poética e grande consciência social. Deveras impressionante e que muito admiro, pela elevada qualidade. Um abraço.

29 abril, 2007 05:57  
Blogger Bichodeconta said...

ESCRITOS OUTONAIS: ESTOU ZANGADO !!!!
Junto-me a si nesta zanga, assim devíamos estar todos.. Zangados, porque nos enganaram, porque roubam de nós os sonhos de liberdade..Porque o desemprego aumenta, porque o ensino está uma baderna, porque as regalias sociasi conquistadas, já foram retiradas, Zangados porque sim... Um abraço muito grande António.. Estou consigo nesta revolta que deveria ser a revolta de todos nós? É preciso , é urgente um novo 25 de abril, talvez não com cravos.. Desculpe o desabafo, embora seja contra a violencia, talvez tenhamos pecado por tanta benevolencia.. Um abraço.. Boa semana.. Só não sei se estou na porta certa... se não estou, peço desculpa António..

13 maio, 2007 20:25  

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