3.19.2007

AMO-TE TANTO...


E depois do poema irado

volto a tirar do meu baú de velharias mais um soneto dos meus vinte anos.
Já não é bem uma procura que nele perpassa
mas a posse de um bem que não se quer perder

AMO-TE TANTO...

Amo-te tanto, tanto, que se um dia
Viesses a faltar-me, meu Amor,

Desamparada e triste, qual flor,
A minha vida breve emurchecia!


Sinto dentro de mim que não podia
Dispensar dos teus braços o calor,
Do beijo dos teus lábios o sabor
Nem dos teus olhos lindos a magia


Tu és toda a razão do meu viver,
Da minha vida a estrela matutina!
E tanto, que nem sei a qual mais querer,


Tão grande é a paixão que domina:
Se ao teu esbelto corpo de mulher
Se ao teu cândido rosto de menina

1950

28 Comments:

Blogger LurdesMartins said...

Ó António, até me arrepiei!
Mas quem nos anos 50 foi merecedora de tão belo elogio? (desculpe a minha pergunta mas é que eu sou uma cusca)
Muito bonito mesmo!
Beijinhos

20 março, 2007 12:19  
Anonymous Anónimo said...

Espectacular como sempre, mas dos teus, este é dos que mais me agradou. O estilo tão semelhante ao da Florbela Espanca, no modo como rima, mas os teus são mais possantes, mais alegres e esperançosos. Adorei!
Bjs

20 março, 2007 16:11  
Blogger Maria Carvalho said...

Gostei muito António! Escreves sempre bem. Beijos.

20 março, 2007 17:01  
Blogger Manuel Veiga said...

... mas sempre um certo tom cavalheiresco. na melhor tradição lírica portuguesa. um verdadeiro trovador. abraços

20 março, 2007 20:03  
Blogger david santos said...

Olá!
Querido amigo! É claro que volto. Onde encontaria uns sonetos desta belesa? Apenas vou deixar de postar, mais nada. Agora sempre que possa vou estar a ler o que de bom há em Portugal e que anda por esta net. Pois os melhores escritores e poetas portugueses andam aqui. Não andam nas bancas nem nas televisões. Estes são mercantilistas. Os que andam na net são do melhor e mais humilde que temos. A verdade é que todo o mundo diz o que eu estou a dizer: os grandes escritores e poetas portugueses, quem os quiser conhecer vai à net. Não vai às bancas nem às televisões. Digo isto sem pejo nenhum. Pois também sou dos que tenho alguns trabalhos publicados, mas não sou mercantilista. Nunca nenhum escritor ou poeta mercantilista teve os seus trabalhos tão traduzidos e tão lidos no estrangeiro como o de alguns, e não são poucos, dos que andam por cá, na net. Somos dos que desde sempre estamos a levar a prosa e poesia portuguesa alguma vez foi levada por esse mundo fora. Estamos a ser lidos e traduzidos, isto sem exagero, em mais de 100 países. Os mercantilistas e as Editoras nem falam no assunto. O que quer dizer, só terem plágios e (...) nas bancas. Os bons poetas e escritores portugueses estão aqui, na net. É o mundo que o diz, não sou eu. Mas se as Editoras e os funcionários das televisões tiverem dúvidas, eu posso provar.
Parabéns, amigo. Estarei no teu canto sempre que me seja possível.
Parabéns.
Ah, para garantir que o que eu digo é verdade, veja-se nos blogs de alguns materialistas, cuja a diferença de visitas em relação a alguns de nós, é de uma visita para milhares. E alguns deles nem uma visita têm. Enquanto nós estamos a ser solicitados pelo mundo para fazermos os nossos trabalhos em outras línguas, como o inglês, grego, alemão, árabe e castelhano. Estes os que me lembro, mas não tenho dúvidas em haver mais.
Abraços.

20 março, 2007 22:21  
Blogger António Melenas said...

Poças, Amigo David! Agora deixaste-me sem fala! Cá fico à espera da tua visita, mas também, de vez em quando, dos teus escritos no teu actual ou próximo blogue.
Até sempre, meu querido Amigo.
Um grande abraço

20 março, 2007 22:36  
Blogger Vladimir said...

este blog cada vez está melhor, continue....

20 março, 2007 22:42  
Blogger Elsa Sequeira said...

António!!!

Lindo o teu amor!

Parabéns!!!

beijinhso!
:)

20 março, 2007 23:41  
Blogger Maria said...

"Se ao teu esbelto corpo de mulher
Se ao teu cândido rosto de menina"

Adorei, António. É lindo! Lindo!

Um beijo

21 março, 2007 01:27  
Anonymous Anónimo said...

olha meu querido António; fizeste-me ir ao baú (é mais pequenino que o teu..)buscar também um para te oferecer que és um romantico incorrigivel que tanto aprecio.

Transpiro-te por todos os poros
gritas-me tão alto
que quase me rebentas as formas
tentando sair de mim.
Mas colaste-te de tempo que não sai,
e em tantas horas me fundiste
que me pertences
ao mais fundo das entranhas
que em apertos apocalipticos
te somem mais e mais;
mais fundo das paredes cálidas
do por dentro da pele
que te transborda de mim a fora.
Ah..que coisa boa
que ainda me cheira a tanto.

smak! smak!

21 março, 2007 01:42  
Blogger Licínia Quitério said...

Vais alternando a doçura e a amargura. Duas faces da tua inteireza e humanidade. Bonito!

Beijinho.

21 março, 2007 09:39  
Blogger a d´almeida nunes said...

Bom dia caro António Melenas
Lembrei-me de aqui vir fazer-lhe uma visita a ver se ganhava inspiração no seu exemplo e vivacidade.
Aquele "Amo-te tanto!..." reporta-me aos anos 60. Aos meus 16/7 anos!
Escrevi um soneto à minha primeira namorada. Nem imagina os retoques e retoques que aquele poema levou até chegar às mãos dela, daquele "esbelto corpo de mulher", daquele "cândido rosto de menina". (Desculpe estar a roubar-lhe estas suas expressões!).
Ainda hoje o sei de cor e salteado!
...
E m´inspirou esta grande paixão
Que imensa como o mar profundo
Alcançou enfim meu coração.
.
A Helena era da minha idade. Já morreu há bastantes anos!...
Entretanto, outro amor mais forte, mais presente, se sobrepôs.
Até hoje!...
António Nunes

21 março, 2007 11:51  
Blogger Cusco said...

Um poemas que já fez as bodas de ouro...
Um poema que renasce em cada primavera...
Um poema que encerra um tesouro
Nesse cândido rosto que menina era…

21 março, 2007 15:24  
Blogger sofialisboa said...

Olá António, que paixão...fiquei sem palavras...sofialisboa

21 março, 2007 17:27  
Blogger lena said...

António, meu querido amigo

um poema que me embala

escreves muito bem

é magia
encanto
paixao
um querer
poesia
um rosto
a ternura
um olhar
uma melodia

és tu Poeta!

adoro ler-te querido amigo

lena

21 março, 2007 18:21  
Blogger Codinome Beija-Flor said...

António,
Só escreve sobre o "AMOR" quem sentiu, quem viveu a magia do amor.
Espero que vc continue tirando do BAÙ muitas maravilhas como essa.
Beijinho

21 março, 2007 22:13  
Blogger Pepe Luigi said...

Grande Poeta Melenas,
A tua grande pedra de toque é a luta pela liberdade e a qualidade da doçura e beleza romântica.
Aqui está mais um dos teus notáveis trabalhos!

Um grande abraço amigo
do Pepe.

22 março, 2007 13:47  
Blogger Movimento em Defesa do Rio Tinto said...

Pelo nosso rio, vamos caminhar no Domingo.

22 março, 2007 19:15  
Blogger Clotilde S. said...

Às vezes ausento-me, perco-me pelo mundo... para regressar qual peregrina das letras e dos sentires.
Gostei deste teu santuário, dessa tua voz.
C.

22 março, 2007 23:57  
Blogger Cris said...

Passados 57 anos, essas palavras ainda tem a força de emocionar. Lindo.

Beijinhos e Bom Wk

C.

23 março, 2007 17:26  
Blogger Amita said...

Querido António, tanta ternura neste soneto de amor.
Quanta alma poética guarda esse baú agora rejuvenescido por esse "destapar memórias"?
Não prendas a beleza se dela és parte e é tão bom ler-te.
Com muito carinho um bjinho grande e um fim-de-semana de sol

23 março, 2007 17:44  
Blogger david santos said...

Olá!
Passei para felicitar-te pelo teu trabalho e desejar-te um bom fim-de-semana.

24 março, 2007 16:19  
Blogger Entre linhas said...

Grande baú de recordações, encantador este poema.

Bom fim de semana amigo António.

Beijinhos Zita

24 março, 2007 18:28  
Blogger Pé de Salsa said...

Muito mas mesmo muito bonito e enternecedor.
Acho que nos dias de hoje, já não há "disso", o que é pena. Mas, mudam-se os tempos...

Gosto muito do conteúdo do seu blog.

Desejo-lhe um bom fim de semana.
Um beijinho da
Pé de Salsa

24 março, 2007 18:43  
Blogger Arauto da Ria said...

Caro António,
Que beleza, tanta juventude e tanto talento.
O seu sìtio é um encanto, descobri-o tarde, mas nunca é tarde para me tornar um visitante assiduo.
Senti-me velho apesar de ter menos, muito menos anos que o meu amigo.
Consigo vou aprender a ser sempre jovem.
Obrigado e parabens.
Um abraço.

24 março, 2007 20:49  
Anonymous Anónimo said...

Andei fugido devido a muitos afazeres, pois tive que preparar e pronunciar uma palestra e estruturar e fazer uma exposição de fotografias antigas, o que me consumiu muito tempo e impediu de visitar os amigos.

Volto às lides e às visitas, com apreço e estima, e neste caso particular com total satisfação a grande prazer em percorrer esta excelente página. Boa semana.

25 março, 2007 18:32  
Blogger Erecteu said...

A poesia é intemporal.

Soneto? mas o que será isso,
afinal do que é que se trata?
Porventura será algum feitiço
fechado a ouro e aberto a prata?

26 março, 2007 16:10  
Blogger Páginas Soltas said...

Este soneto é de uma qualidade impar!

Não foi publicado... como tantos outros trabalhos seus??

Mas o que estão á espera as Editoras deste país??

Meu querido amigo... vá ao meu Blog... e logo no inicio tem um site de uma editora espanhola..que publica a sua obra de GRAÇA!
Está escrito tudo aquilo que devemos fazer para entrar em contacto com eles!

Beijinhos desta sua admiradora..

Maria

27 março, 2007 19:56  

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