4.29.2007

AMOR QUE NÃO MORRE

Só por curiosdade ponho aqui estes versos.
São dirigidos à Dama do poema anterior,
que, um ano depois, teve de ir viver para o estrangeiro,
onde viria, julgo, a falecer.
tudo aqui é exagerado, hiperbólico, sem a perfeição do soneto,
reflexo do meu desnorte e de algum deslumbramento, por essa época

________________


AMOR QUE NÃO MORRE


P’ra longe vos levar

Quis o destino.

E agora erro

sem tino,

Qual barca em alto mar...

Mas não morreu em mim

Senhora, o amor jurado

Que inteiro em mim perdura.

Com raiva e com paixão

Ainda é com loucura

Que só a si procura

Meu pobre coração.

Ainda é só por si

Que a minha alma louca

Canta, chora e ri

E acha a vida pouca

Pra me lembrar de quantos

Inefáveis encantos

Colhi na sua boca.

Ainda é só por si

E só por si será

Que enquanto mundo houver,

E esteja onde estiver,

Meu peito baterá ....

E baterá ainda

Além da sepultura

Porque paixão tão pura

Jamais pode acabar.

Hão de volver os tempos

Mudar-se os firmamentos

E as gerações passar!

meu amor intenso

Qu abarca o tempo imenso

No mundo há-de ficar,

Porque este sentir profundo

De tão profunda raiz

É feito do mesmo amor

Com que Tasso amou Leonor

E Dante amou Beatriz

=========

Se gostou do meu conto, o FALMEGAS,

pode ouvi-lo na voz de Luís Gaspar

AQUI

34 Comments:

Blogger Paula Raposo said...

António! Excelente! Adorei! Muitos beijos e que tudo esteja bem no campo de saúde.

29 abril, 2007 20:46  
Blogger Kalinka said...

Excelentes lembranças; na minha singela opinião o Amor nunca morre, a Paixão é que esfria.

O meu tema é: Trata-se do sistema endocanabinóide, situado em uma área do cérebro que regula as emoções e que está envolvido em actividades importantes como a regulação do gasto e formação de estoques de energia e nas sensações de recompensa e prazer.
É isso:
como regular as emoções??? alguém me ensina? me ajuda?

Beijos. Boa semana.

29 abril, 2007 22:39  
Anonymous Anónimo said...

lá audácia nunca lhe faltou,
e bom gosto também não
este António que tanto amou
e que belas damas conquistou
inda hoje nos arrasa
com tão belo coração.

29 abril, 2007 22:55  
Blogger foryou said...

Pode até ser exagerado mas está lindo :)

29 abril, 2007 23:24  
Blogger LUIS MILHANO (Lumife) said...

Grato pela visita ao "Alvito". Ainda não reparara que como eu tb mora em Almada. Qualquer dia temos de nos conhecer pessoalmente.

Vou ler um pouco dos seus trabalhos.

Um abraço

30 abril, 2007 02:31  
Blogger Eme said...

Oh homem.. depois daqueles versos que lhe dedicaste ainda se foi embora.. não me digas que ficaste a atormentar-te com a partida.. É que estes versos mostram isso, algum tormento da alma e isso também se nota no modo como a escrita mudou repentinamente. De fresca e esperançosa passou a desiludida e amargurada. E ela se calhar nem merecia,a malvada! Ops.. desculpa o desabafo apesar de ela já não ser viva, foi indigna da paixão de um cavalheiro como o meu querido António!
Aiiii...

30 abril, 2007 08:30  
Blogger LurdesMartins said...

Isto é que era sofrer por amor... engraçado como o sofrimento era/é causador de tantas maravilhas escritas!

António, já comentei o seu comentário lá no canto da Sofia. Obrigada pelos esclarecimentos.

Beijinhos

30 abril, 2007 10:55  
Blogger Erecteu said...

Arrebatado sim, o resto não, amigo Melenas.
Um abraço

30 abril, 2007 15:05  
Blogger Unknown said...

Quanto amor, poeta!!
O poema ficou lindo!

*♥*´¯`*Beijinhos*´¯`*♥*

30 abril, 2007 15:19  
Blogger António Melenas said...

BRINCANDO…
(em jeito de comentário aos comentários acima)
____

… E a Amada desapareceu
(embora contra vontade)
E por cá fiquei só eu
Cheio de dor e saudade

Mas é a dor que espicaça
do Poeta a inspiração
Tinha a vida alguma graça
Sem os males do coração?

Sofre o Poeta p'ra amar
E sofre por ter amado
Mas é sina ter de estar
P'lo Amor apaixonado

E não há a volta a dar
Pois que tal é o seu fado-
_____
Abraço a todos

30 abril, 2007 19:54  
Blogger Codinome Beija-Flor said...

António,
Não foi o acaso que me trouxe aqui em plena madrugada.
Tenho certeza que foi Deus (que me perdoe Ele), talvez o diabo.
Pois o "Amor que não morre", de alguma forma nos mata (acho que estou morrendo um pouquinho).
Lindo seu poema, e se fosse essa "amada" jamais morreria sem viver este "amor".
Parabéns.
Com todo carinho e respito.
Beijinhos

01 maio, 2007 06:55  
Blogger Pepe Luigi said...

Um bom e bonito momento de poesia.

Bom Feriado 1º. de Maio
e um abraço.

01 maio, 2007 12:26  
Blogger Paulo said...

"Aí sonhos prantos rios vosso corpo
De lírio e hortelã agreste
São sonho que morre
São água que corre
Que da minha sede
Bebeste (...)"
(Amália Rodrigues)

Obrigado pela vistita.
Abraço
Paulo

01 maio, 2007 19:00  
Blogger foryou said...

(Não agradeça é um prazer! Nunca faço elogios porque não gosto de os receber, "cheiram-me" sempre a falso. Quando gosto afirmo-o simplesmente.)

Deixo um beijo e um obrigada pela leitura que me proporciona

01 maio, 2007 20:47  
Anonymous Anónimo said...

está uma mensagem para ti no citadel. no post dos oscares. beijos

01 maio, 2007 22:34  
Blogger Manuel Veiga said...

abraços.-apetece.me-dizer:-apenas-o-amor(como-a-verdade)é-revolucionário.

gostei-muito-de-ler.-e-tb-de-ouvir-o-conto-na-voz-do-Luis-Gaspar.

01 maio, 2007 23:24  
Blogger bettips said...

Quando passo, a correr, fico triste por não saberes. És uma pessoa LINDA! ...que eu bem te conheço de andar por aí... Abraços!

02 maio, 2007 02:19  
Blogger LurdesMartins said...

Meu caro António, estou muito melhor, obrigada! Parece que de vez em quando uma dietita à doente (como eu lhe chamo) faz um bem! Até emagreci um kilito!!!

O Falmegas, gostei de o ler e gostei de o ouvir!

Beijinhos

02 maio, 2007 10:36  
Blogger a d´almeida nunes said...

Caro António, Melenas, por via das confusões
Poesia é poesia, ponto final. Mas nós, os que vamos entrando na fase dos ...genários, ao lermos estes poemas sentimo-nos como que desmaterializados, a viver de novo, aqueles tempos loucos mas apaixonados dos anos da nossa juventude.
O único soneto que escrevi até hoje, a obrigar-me a cumprir todas as regras formais da escrita, ano de 1964/5? veio-me à memória, sob esta inspiração!
Ficou gravado no éter! Olho-o e lembro-me!
Um abraço amigo
António Nunes

02 maio, 2007 12:33  
Blogger Licínia Quitério said...

O Amor é sempre hiperbólico. Se não, não era...

Beijinhos de Maio.

02 maio, 2007 14:25  
Blogger LurdesMartins said...

António, passe novamente lá pelo meu Auxiliar que tenho uma coisita para si!

Beijinhos

02 maio, 2007 17:53  
Blogger Maria said...

Estás nomeado no meu blog....
E estás à vontade para ficar quietinho e fazer nada...

Beijinhos

02 maio, 2007 22:16  
Blogger ROADRUNNER said...

Caro amigo e conterrâneo, passo por cá para o informar que o distingui com um "Thinking Blogger Award" que se destina a premiar os blogs que nos fazem pensar. Essa distinção foi-me também entregue a mim, e agora tenho que seguir as regras e nomear cinco blogs. O seu foi um deles. Terá que pendurar o galardão na "parede" do blog e distinguir também cinco blogs da sua preferência.
Saudações e PARABÉNS!

02 maio, 2007 22:46  
Anonymous Anónimo said...

annn..já viste?..tens tantos apreciadores, e sabes porquê?..
PORQUE ÉS O MAIOR!!!(mentaliza-te.. he.he..bjinhos ternos)

03 maio, 2007 11:03  
Blogger Ana Prado said...

"... sem a perfeição de um soneto"? E isso que importa. Está magnífico, António. Como sempre. Como SEMPRE.

03 maio, 2007 11:34  
Blogger António Melenas said...

Pois é, já vá vão seis nomeações e eu continuo a não as valorizar por aí além. Sò valorizo, isso sim, a estima que as pessoas que me nomearam demonstram por mim.
É que, como diz o ditado, "vale mais cair em graça do que ser engraçado.

Obrigado a todos

03 maio, 2007 12:17  
Blogger Cris said...

É lindo... não posso acrescentar mais nada, a não ser que gostei de o ler e sentir.

Um beijinho
Cris

03 maio, 2007 13:02  
Blogger david santos said...

Excelente, António!
"É feito do mesmo amor"
Parabéns.

03 maio, 2007 15:57  
Blogger Cusco said...

Um abraço agradecido pelas visitas e pelo prazer proporcionado na qualidade de anfitrião!
Em breve texto sobre dia da Mãe!

03 maio, 2007 16:58  
Blogger Menina Marota said...

E porque Amor... é sempre Amor... mesmo em Poema!

Acabei de ouvir o Falmegas na voz inconfundivel do Luís Gaspar.

Já o tinha lido aqui no blogue, mas a ouvi-lo tem outro "sabor"...

Um abraço ;)

03 maio, 2007 18:45  
Blogger Entre linhas said...

Excelente amigo antónio,parabéns.

Um óptimo fim de semana

Bjs Zita

03 maio, 2007 19:13  
Blogger Teresa David said...

Gosto tanto da delicadeza da tua escrita em forte oposição á linguagem brutal que hoje se encontra por tanto lado! e como ainda por cima tem qualidade torna-se o tal bolo com a cereja em cima!
Bjs
TD

03 maio, 2007 20:17  
Blogger Amita said...

Um belíssimo poema, António.
Acabei de ouvir, atrasada como sempre, o conto "O Famelgas" na voz inconfundível do Luis Gaspar.
Chamar-lhe-ia, se me permites, uma autêntica pintura em palavras da região de Trás-os-Montes.
Sempre me encanta passar por aqui.
Um bjinho meu amigo

09 maio, 2007 21:58  
Blogger Bichodeconta said...

ouvi em deslumbramento na voz de Luis Gaspar o conto O FALMEGAS....Impressão minha ou todos em alguma ocasião já nos deparámos com um FALMEGAS ? Bonito o conto , Suave a voz que o recita.. Parabéns, este lugar está a tornar.se Obrigatório... Voltarei....

10 maio, 2007 21:06  

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